Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Não é de hoje que o Sindicato dos Bancários do Rio realiza protestos e paralisações denunciando o Bradesco por se negar a oferecer atendimento presencial em suas agências. Os idosos são os mais prejudicados, pois a maioria tem dificuldade de utilizar os meios digitais.

Na agência da Visconde de Inhaúma (0436), no Centro, um aposentado de 88 anos, empresário, cliente “Prime”, foi impedido de ter um atendimento presencial. 

Após sair da unidade e se dirigir a outra agência, a da Pio X, também no Centro, o cliente se encontrou por acaso com o diretor do Sindicato e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff, que ficou indignado com a recusa do primeiro atendimento e levou o cliente de volta à unidade para ser atendido e ter seu direito de consumidor garantido.

“O banco insiste em não atender à população. Então eu, como sindicalista, fui à porta da agência para cobrar o atendimento ao idoso. Foi uma reação necessária para que o Bradesco respeite os clientes e garanta a opção ao atendimento presencial”, explicou Leuver.

Caso Corriqueiro

O episódio na Visconde de Inhaúma não é um caso isolado. Durante todo o ano de 2022, o Sindicato realizou protestos e paralisou agências cobrando o direito de a população ser atendida nas unidades.

“Se tratam com total desrespeito um cliente ‘Prime’ que paga taxas altas ao banco há três décadas, que dirá o restante da população mais humilde. Este problema está acontecendo em quase todas as unidades do Bradesco”, acrescentou o sindicalista.

Denúncia no MPE e Procon

O dirigente sindical lembrou ainda, que numa reunião do banco com a COE, os representantes do Bradesco disseram que “os clientes têm a opção ao atendimento presencial”, mesmo com os canais digitais e caixas eletrônicos.

“Na prática isso não acontece. Pela informação que recebemos, o regional proíbe o atendimento presencial e nós vamos denunciar aos órgãos competentes e organizar novos protestos para que a sociedade tome conhecimento da completa falta de respeito do Bradesco com as pessoas. Nós vamos denunciar esta prática do banco ao Procon e ao Ministério Público”, completou.  

O Sindicato lembra ainda que o fechamento de agências físicas e a redução de caixas eletrônicos tornam a situação ainda pior para a população e que a luta pelo atendimento para os clientes está em sintonia com a defesa do emprego dos bancários e contra a política de demissões em massa nos bancos privados.