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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Continuam sem resposta muitas perguntas sobre o leilão do prédio da Senador Dantas do Banco do Brasil, inicialmente marcado para esta terça-feira (20/12), mas suspenso há duas semanas, após denúncias de irregularidades feitas pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. Uma delas é por que motivo o preço mínimo de venda foi fixado em R$ 311 milhões, e a avaliação constante do edital para o imóvel mais importante do BB do Rio de Janeiro foi de zero real.
Para a fixação do valor mínimo de venda leva-se em conta a avaliação. Por que não aconteceu neste caso? A venda seria feita pela leiloeira Carla Sobreira Umino e constava do site Lance, especializado neste tipo de negócio.
Com as denúncias feitas pelo Sindicato nos dias 6 (terça-feira) e 7 de dezembro e a partir dos contatos da entidade com o deputado Reimont (PT-RJ) e com o Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), João Fukunaga, o link do leilão, bem como todas as informações do edital foram retiradas do ar do dia 8 para o dia 9.
Segundo a diretoria do BB, o leilão teria sido suspenso para ‘ajustes no edital’ sem a garantia de que ele não se realizaria na data prevista, dia 20 de dezembro. Até o fechamento desta matéria, às 19 horas desta terça-feira (20/12), no entanto, a transação não havia sido realizada.
O pretexto da venda do prédio é o de cortar custos e modernizar instalações. Segundo edital, o preço mínimo é de R$ 311 milhões. Uma informação que causa estranheza é o valor de avaliação do imóvel que, no edital, consta como zero.
Para Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da CEBB, falta transparência no negócio que estava sendo tocado às pressas sem comprovações sérias de que não provocaria danos ao Banco do Brasil. Em coletiva à imprensa no último dia 13, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cobrou que a venda só fosse efetuada após consulta ao novo governo. A bancada do PT na Câmara dos Deputados, divulgou nota de repúdio ao leilão.
Outros questionamentos
Mas muitas outras perguntas continuam sem respostas, entre elas, porque a venda do prédio se realizaria a 10 dias da posse do novo governo, às pressas, portanto. Uma informação que reforça esta estranheza é que a data do leilão, foi definida em 28 de novembro, portanto, após o resultado das eleições do segundo turno, com a derrota de Jair Bolsonaro.
Outra indagação não respondida é sobre a suspeita de conflito de interesses do negócio já que o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi um dos sócios-fundadores do BTG Pactual e o banco privado aparece como proprietário do Condomínio Ventura Corporate, alugado pelo BB, e para onde estão sendo transferidas as dependências do Sedan e da Asset Management (ex-BBDTVM).
Em pronunciamento na Câmara Federal, dia 13 de dezembro, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), classificou a venda e o posterior aluguel do prédio do BTG Pactual como picaretagem. “Que me desculpem, mas não posso usar outro nome para classificar este negócio”, disse.
O BTG está envolvido em outra transação suspeita com o BB, tendo comprado por R$ 371 milhões a carteira de créditos de devedores inadimplentes do banco público de R$ 2,9 bilhões. A transação passou a ser investigada pelo Ministério Público do Tribunal de Contas da União e pela Corregedoria-Geral da União (CGU).
Guedes se esquiva
Ainda em 2020, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) solicitou explicações ao ministro da Economia, Paulo Guedes, “acerca da venda da sede do Banco do Brasil” e também sobre “posterior locação, supostamente antieconômica de outro espaço”, pertencente ao BTG Pactual. A parlamentar questionou os “critérios técnicos” utilizados para as duas manobras e cobrou explicações econômicas, chamando a atenção sobre a vinculação de Guedes com o BTG.
As perguntas encaminhadas pela deputada federal foram respondidas de forma evasiva pelo ministro de Bolsonaro, em ofício enviado à Câmara. “No documento, Guedes justificou que as medidas seriam para manter a ‘competitividade em condições de igualdade’ do BB com os demais agentes financeiros, mas sem trazer subsídios técnicos e econômicos”, destaca Rita Mota.
Contratações
No apagar das luzes, a diretoria do BB fez subir de cargo mais 40 funcionários em cargos comissionados sem processo seletivo. Entre eles está o assessor do presidente do banco. Tudo isto feito com dinheiro do povo. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Bancários de Brasília.