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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não punirem os infratores, o governo continuará fazendo uso dos recursos públicos e da coação para tentar angariar, ilegalmente, votos para o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PL). No Banco do Brasil, decidiram inovar, usando uma foto de produtores rurais fazendo ‘arminha” símbolo sistematicamente utilizado por Bolsonaro.
A foto foi postada no sistema de comunicação interna do Banco do Brasil, também conhecido como intranet Corporativa, na terça-feira (18), acompanhando um texto intitulado “Empatia e proximidade”. Segundo matéria do site da Contraf-CUT, em menos de duas horas e após comentários de bancários denunciando a possível apologia à violência e propaganda política, a imagem foi alterada.
Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), classificou como um abuso total usar a instituição para fazer campanha eleitoral com o agravante de usar este tipo de argumentação de incentivo à violência. "Na foto aparecem latifundiários fazendo propaganda, quando o BB deveria mostar-se um intrumento de democratização do uso da terra, para a produção de alimento saudável para a população brasileira, para investimentos em pequenos empreendedores. É lastimável o uso do banco desse modo. Tem que receber todo o nosso repúdio. O Banco do Brasil não merece esse desrespeito", afirmou.
Coação eleitoral
Para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, a escolha da imagem que remete ao bolsonarismo é preocupante, sobretudo após recente denúncia de trabalhadores pressionados pelos superiores a usar camisas de cor amarela durante as atividades do MPE Week e coagidos a postar fotos com a vestimenta em seus próprios perfis nas redes sociais, algo inédito desde que o evento voltado às micro e pequenas empresas foi criado, em 2018.
“Estamos vendo agora, nos noticiários, o registro do Ministério Público do Trabalho sobre o aumento de 58% das denúncias de assédio eleitoral. Ou seja, de empregadores exigindo dos funcionários o voto em determinado candidato, sob ameaça de demissão”, destacou. “Então, nossa avaliação é que essas atitudes da direção e da comunicação do banco acabem resvalando para a promoção do assédio”, concluiu.
O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, fez um alerta sobre a coação eleitoral que vem sendo feita por empresas, em entrevista à LUSA, agência portuguesa de notícias, que distribui sua produção jornalística à imprensa de toda a Europa. Disse que se não houver um sinal imediato e mais forte das instituições para coibir patrões que, de forma criminosa, estão obrigando trabalhadores a votar em Jair Bolsonaro (PL), essa onda de assédio eleitoral pode influenciar no resultado da eleição.
Denúncias de coação eleitoral podem ser feitas à CUT pelo link https://www.cut.org.br/denuncia/eleitoral.
Pressão aumenta
Funcionários que pediram para não ser identificados criticaram a propaganda que faz, ainda, apologia ao uso da violência armada. “Lamentável! Entre tantas imagens de produtor rural, do campo, dos meios de produção, escolheu-se uma imagem que instiga violência (simulando uso de armas)”, escreveu um deles. “Esse tipo de coisa é totalmente contra a vida e o objetivo do Banco de valorizar a vida e as pessoas. Fazer arminha é privilegiar uma cultura de morte e violência”, destacou outro bancário.
A poucos dias do segundo turno das eleições, o número de denúncias de assédio eleitoral contra empregadores tem aumentado em todo o país. O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou informações, nesta quinta-feira (20), para ajudar o funcionário a reconhecer situações ilegais dentro do local de trabalho.
Em geral, o assédio eleitoral está relacionado aos empregadores. Mas também pode ser praticado por representantes da empresa, colegas de trabalho ou terceiros.