Quarta, 19 Outubro 2022 13:32

Os planos de Lula e Bolsonaro para o Banco do Brasil

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Os dois candidatos a presidente da República têm projetos opostos em todos os sentidos e, em relação às empresas estatais, entre elas os bancos públicos, não é diferente. Bolsonaro já privatizou a Eletrobras, refinarias da Petrobras e a BR Distribuidora e pretende ampliar a venda destas gigantes para beneficiar o setor privado. Já o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ao contrário, pretende interromper este processo e fortalecer o setor público para investir no crescimento da economia, gerando empregos e melhorando os salários.

O Banco do Brasil está na mira para ser privatizado. Para ampliar o debate com a sociedade sobre a importância de defender o banco, o movimento sindical bancário criou o Comitê de Luta em Defesa do BB que possui um site com diversas informações a respeito (http://bbpublico.com.br/).

O ministro da Economia e banqueiro Paulo Guedes deixou clara a intenção do governo em passar o BB para o setor privado. Na reunião interministerial de 22 de abril de 2020, aquela que vazou e ficou famosa, o ministro decretou: “O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”. Em seguida, disparou: “Tem que vender essa porra logo”. Com medo do desgaste eleitoral, Bolsonaro empurrou a privatização para 2023.

Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), questionou o fato de Bolsonaro ter alegado, já durante o período eleitoral, não pretender vender o BB. “Sem dúvida é uma forma de se preservar durante a campanha para evitar a perda de votos, além da fala ser contraditória com o que disse na reunião do dia 22, de que a privatização seria para 2023”, frisou.    

O Comitê de Luta em Defesa do BB é uma iniciativa de funcionários da ativa e aposentados do Banco do Brasil, militantes sindicais e de entidades representativas dos funcionários. “Defendemos o fortalecimento do Banco como empresa pública que tem um importantíssimo papel a cumprir na sociedade no fornecimento de crédito à atividade produtiva, principalmente para a agricultura familiar, aos micros, pequenos e médios empresários, empreendedores individuais. Defendemos que o BB, ao conceder crédito à população, auxilie na inclusão bancária, no desenvolvimento regional sustentável e na redução das desigualdades sociais e regionais”, afirma o texto do site.

Impactos das privatizações

Na página do Comitê de Luta em Defesa do BB, uma matéria intitulada “Privatização de bancos públicos leva a demissões e desmonte de planos de saúde e de previdência” lembra da entrega de vários bancos estaduais ao setor privado e suas consequências para a economia e para os funcionários como forma de exemplificar o que aconteceria caso acontecesse o mesmo com o Banco do Brasil com a eleição do candidato da extrema-direita.

O site do Comitê lembra que, ao contrário dos governos que o antecederam, o de Lula incorporou ao BB, bancos públicos que fortaleceram a sua estrutura. Entre estes cita o Nossa Caixa, o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) e o Banco do Estado do Piauí (Bep) para que não fossem privatizados.

A matéria lembra que o resultado das privatizações do Banco do Estado do Paraná (Banestado) e do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), entre outros, comprovam o alerta dos movimentos de trabalhadores que lutam para afastar os riscos de privatização do Banco do Brasil e de outras importantes empresas públicas.

“Perdas de direitos, demissões em massa, desmonte dos planos de saúde e de previdência complementar. Esses foram os resultados das privatizações do Banestado e do Banespa, prestes a completarem 22 anos agora, em outubro e em novembro”, lembra o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e membro do Comitê de Luta em Defesa do Banco do Brasil, João Fukunaga.

“Ou seja, além de não resultar no tão prometido aumento de investimentos, expansão econômica e modernização, as vendas que sepultaram as duas empresas destruíram direitos dos funcionários incorporados aos bancos compradores”, alertou.

“Defendemos que o Banco do Brasil deve permanecer como banco público e ser fortalecido, porque ele sempre foi e sempre será fundamental em qualquer processo de retomada do crescimento econômico, financiando a agricultura e a produção para gerar empregos de qualidade”, afirmou. Acrescentou que o próximo governo deve rever a atual orientação dada ao banco, para que ele volte a ser direcionado para a maioria da população.

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