Terça, 24 Abril 2018 00:00

Temer avança com a terceirização e o desmonte do Banco do Brasil

Como parte do projeto do governo Temer de privatização das estatais, a diretoria do Banco do Brasil decidiu dar início a uma nova etapa do desmonte da instituição, iniciado ano passado: a terceirização integral de agências. Para favorecer os bancos privados, e ex-gestores do BB, segundo denúncias feitas ao Sindicato, está abrindo “lojas de atendimento” com funcionários terceirizados que fazem serviços de bancários.
No dia 10 de abril foi inaugurada, em São Paulo, uma unidade sob o conceito “Mais BB Padronizado”. A administração está a cargo da corretora de seguros Barraconi e Promotiva, que se autodefine como “gestão especializada de correspondentes bancários”.
Ataque de Temer
O dirigente da Contraf-CUT, Marcello Azevedo, disse que o movimento sindical e toda a sociedade exigem explicações sobre este processo que classificou como “nebuloso”. Acrescentou que o BB é uma empresa pública e, portanto, está sujeita à legislação, principalmente sobre a transparência dos seus atos. “Ninguém sabe quem está pagando os custos das instalações, o aluguel do imóvel e transporte de numerário. Nem que valores os gestores de cada terceirizadora recebe”, afirmou. “Quem são os reais donos destas empresas, quais os critérios de seleção das contratadas? Têm sido a tônica de toda a terceirização, o favorecimento de pessoas ligadas à administração da contratante”, lembrou o dirigente.
De acordo com dados do balanço, em setembro de 2016, o BB contava com 112 mil funcionários e 5.430 agências. Em dezembro de 2017, encolheu para 99 mil bancários e 4.770 unidades. São 13.590 postos de trabalho e 660 agências a menos em pouco mais de um ano. O sucateamento resulta na insatisfação dos clientes. No primeiro trimestre de 2018 o BB foi a terceira instituição financeira que mais teve reclamações feitas ao Banco Central.

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