Quarta, 24 Agosto 2022 17:31

Banco do Brasil volta a negar reivindicações sobre GDP, teletrabalho e horas negativas

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Sob a administração de Bolsonaro, o Banco do Brasil tem se portado nas negociações específicas da pior forma possível, mostrando visivelmente que não quer chegar a um acordo. Na rodada desta terça-feira (23/8), voltou a bater na mesma tecla de negar a ampliação do teletrabalho e anistiar as horas negativas, insistindo ainda, para efeito de perda de comissão, na redução do ciclo de avaliação de três para apenas um.

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), João Fukunaga lembrou que é urgente a definição do cronograma para ampliação do percentual de funcionários e dos dias da semana em teletrabalho. “Há uma demanda muito grande por essa ampliação, principalmente, nas áreas-meio e nos escritórios digitais”, destacou o coordenador da CEBB, João Fukunaga. “Em 2020, a empresa apresentou o programa Flexy, vendido como novo modelo para possibilitar mais dias de atividades remotas aos funcionários. Na ocasião, o banco reconheceu as vantagens do teletrabalho na redução de custos. Por que o programa não foi implementado ainda?”, questionou.

Intransigência

O dirigente acrescentou que o banco já distribuiu equipamentos móveis para funcionários de diversas áreas e criou um plano de contingência home-office em casos de greve da categoria, mas não usa a mesma capacidade de organização para responder à reivindicação para ampliar o teletrabalho.

No acordo atual, os funcionários só poderão trabalhar em home office por dois dias na semana ou o seu equivalente mensal. Cada departamento pode ter, por dia, ausência de, no máximo, 30% dos seus trabalhadores em teletrabalho, levando em consideração ausências físicas programadas, como férias e abonos.

GDP

O banco voltou a insistir em alterar os critérios de avaliação da Gestão de Desenvolvimento por Competências (GDP) para apenas um ciclo de avaliação. Hoje o funcionário poderá ser dispensado da função ou descomissionado com três ciclos de avaliação “consecutivos de desempenho insatisfatório”.

“Novamente rejeitamos a mudança. Não temos como avançar em qualquer discussão se o banco reduzir os ciclos que, como mostramos pela terceira vez, na mesa de negociação, reforçará casos de assédio moral”, pontuou Fukunaga.

Banco de horas negativas

Rita Mota, da CEBB  e diretora do Sindicato, observou que os funcionários com horas extras negativas não ficaram em home office por opção própria, mas por conta da natureza da sua atividade, ou no caso das que já estavam em home office e foram mantidos por decisão de seus gestores, e em consequência da pandemia.

Segundo a empresa, 20.912 funcionários ainda devem ao banco de horas negativas, em decorrência do Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial da Covid-19. A proposta da direção do BB é que o acordo para pagar o banco seja prorrogado por mais 18 meses e cumprido em até duas horas acima da carga horária diária de trabalho.

“Isso que o banco nos trouxe não é uma proposta. Resolve o problema do banco, mas não dos funcionários. Nós defendemos a anistia de horas para quem não pode compensar e isso inclui os mais velhos que seriam muito sobrecarregados com mais duas horas de trabalho todos os dias”, destacou o representante da Fetrafi/MG na CEBB, Rogério Tavares.

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