Segunda, 15 Agosto 2022 19:18

BB mantém impactos negativos do Performa e não avança em cláusulas econômicas

Na negociação com a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), na última sexta-feira (12), o Banco do Brasil, mais uma vez, não resolveu a questão dos impactos negativos do “Performa” sobre a remuneração. A promessa de que isto seria feito, vem desde a implantação do programa em fevereiro de 2020.
Naquele ano, o BB prometeu fazer uma ‘reestruturação’ no Performa para que deixasse de impactar no desenvolvimento da carreira de mérito, ao reduzir as verbas salariais dos funcionários. Rita Mota, da CEBB e diretora do Sindicato, frisou que o banco precisa tratar com celeridade esta questão do impacto negativo sobre a verba do mérito, conquistada anos atrás para garantir a incorporação da verba fixa.
“Se o funcionário for descomissionado, vai ter redução do valor das verbas fixas já incorporadas, impactando no fundo de garantia, na contribuição à Cassi e na complementação da aposentadoria por parte da Previ. O BB tem que mudar logo esta realidade”, cobrou a dirigente. O banco chegou a admitir que existem situações “que extrapolam” e que há uma área gestora cuidando dos casos levados pelos sindicatos.
Não houve qualquer avanço também quanto à reversão da extinção e redução da comissão de caixa (decididos unilateralmente pela direção do banco) em relação a quem foi realocado em outras áreas.
O movimento sindical conseguiu, em fevereiro de 2021, uma liminar na Justiça do Trabalho em Brasília que proibiu o banco de reduzir ou retirar gratificações dos caixas e, ainda, obriga a manter a gratificação de caixas que atuavam na função há mais de dez anos. A liminar tem validade até o trânsito em julgado da ação na Justiça. Há casos em que, apesar da liminar, os caixas estão sendo realocados para outros departamentos, parando de receber a comissão da função.  O banco negou que esteja descumprindo a liminar e solicitou que os sindicatos apresentem os casos denunciados para serem investigados.
A CEBB reivindicou ainda que o banco garanta o ressarcimento integral das despesas de translado de caixas que atuam em várias agências e em cidades diferentes. O BB insistiu que "é suficiente o cumprimento da atual instrução normativa". Não houve avanços também em outros itens, como promoção de carreira de mérito para egressos dos bancos incorporados; pagamento de horas extras; adiantamento de 50% do 13º salário solicitado nas férias em janeiro e fevereiro; adicional de insalubridade em caso de risco de vida e vale cultura no valor de R$ 217,12 corrigido pela reposição da inflação.
Ao final do encontro, foi lido um manifesto dos Funcionários pela democracia, em resposta às críticas do presidente do BB, Fausto Ribeiro, sobre a adesão de setores da sociedade, incluindo da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) à carta em defesa do Estado Democrático de Direito.

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