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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Foto: Contraf-CUT
Imprensa SeebRio
Uma rodada para ser esquecida. Assim poderia ser resumida a negociação desta sexta-feira sobre cláusulas econômicas do acordo específico entre a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) e o Banco do Brasil. A começar pelo fato do BB, mais uma vez, não ter resolvido a questão dos impactos negativos do “Performa” sobre a remuneração. A promessa de que isto seria feito, vem desde a implantação do programa em fevereiro de 2020.
Naquele ano, o BB prometeu fazer uma ‘reestruturação’ no Performa para que deixasse de impactar no desenvolvimento da carreira de mérito, ao reduzir as verbas salariais dos funcionários. Rita Mota, da CEBB e diretora do Sindicato, frisou que o banco precisa tratar com celeridade esta questão do impacto negativo sobre a verba do mérito, conquistada anos atrás para garantir a incorporação da verba fixa.
“Se o funcionário for descomissionado, vai ter redução do valor das verbas fixas já incorporadas, impactando no fundo de garantia, na contribuição à Cassi e na complementação da aposentadoria por parte da Previ. O BB tem que mudar logo esta realidade”, cobrou a dirigente. O banco chegou a admitir que existem situações “que extrapolam” e que há uma área gestora cuidando dos casos levados pelos sindicatos.
Comissão de caixa
Não houve qualquer avanço, também, quanto à reversão da extinção e redução da comissão de caixa de quem foi realocado em outras áreas e na readequação da ajuda de custo para responder às demandas por transporte de caixas que atendem agências em mais de duas cidades.
A decisão unilateral de extinguir a comissão de caixa, promovida também por um programa de reestruturação do banco, também foi debatido pelos trabalhadores na mesa de negociação. O movimento sindical conseguiu, em fevereiro de 2021, uma liminar na Justiça do Trabalho em Brasília que proibiu o banco de reduzir ou retirar gratificações dos caixas e, ainda, obriga a manter a gratificação de caixas que atuavam na função há mais de 10 anos. A liminar tem validade até o trânsito em julgado da ação na Justiça.
A CEBB reivindicou que o banco deixe sua parte na ação mantendo as gratificações. Existem ainda casos em que, apesar da liminar, os caixas estão sendo realocados para outros departamentos, parando de receber a comissão da função. O banco negou que esteja descumprindo a liminar que proíbe reduzir ou retirar gratificações e solicitou que os representantes transmitam os casos denunciados para serem investigados.
Ajuda de custo
Sobre a questão da ajuda para deslocamento, a CEBB reivindicou que o banco garanta o ressarcimento integral das despesas de translado, ressaltando a situação de caixas que atuam em várias agências e em cidades diferentes. O BB insistiu que o cumprimento da atual instrução normativa sobre o tema já é suficiente.
A representante da Feeb-SP/MS na CEBB, Elisa Figueiredo, argumentou que a ajuda de custo é insuficiente para o caso dos caixas que estão no sistema PSO. “Há cidades em que o esquema de transporte tem horários diferenciados, obrigando o trabalhador a buscar alternativas mais caras de translado”, explicou.
Sem avanço
Outros pontos ressaltados pela CEBB – sobre os quais não houve qualquer avanço – relativos às cláusulas econômicas foram: que a promoção da carreira de mérito alcance os egressos dos bancos incorporados; pagamento de horas extras e não banco de horas; adiantamento de 50% do 13º salário em fevereiro, podendo a parcela ser solicitada nas férias iniciadas em janeiro e fevereiro; adicional de insalubridade em caso de risco de vida; vale cultura no valor de R$ 217,12 (duzentos e dezessete reais e doze centavos), a ser corrigido pelo percentual que corresponde à reposição da inflação.
Manifesto pela democracia
Ao final do encontro, o coordenador da CEBB, João Fukunaga, leu manifesto dos Funcionários do Banco do Brasil pela democracia, redigido em resposta às críticas do presidente do BB, Fausto Ribeiro, sobre a adesão de setores da sociedade, incluindo da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) à cartas em defesa do Estado Democrático de Direito.Em entrevista coletiva, Ribeiro chegou a alegar que o BB mantem uma posição “neutra” enquanto que as entidades que apoiam os manifestos agem de forma “política”.
“Criticar a Febraban por ter assumido um comportamento político, também é uma manifestação política. Portanto, o posicionamento do presidente do banco é contraditório”, criticou Rita Mota. O coordenador da CEBB, João Fukunaga também fez uma crítica semelhante, ao dizer que assinar um documento pela democracia não marca posição a favor de um partido político ou candidato. “Pelo contrário, quando o presidente do BB se manifesta contra atos democráticos ele sim está tomando um posicionamento político”, completou.
Agenda atualizada das próximas reuniões
Terça-feira – 16 de agosto – Pauta do banco e Representação
Quarta-feira – 17 de agosto – Cláusula Sociais
*Com informações da Contraf-CUT.