Quarta, 27 Julho 2022 20:04

Na negociação do ACT funcionários exigem do BB novas contratações e fim das terceirizações

Rodada de negociação virtual entre a CEBB e representantes do banco. Rodada de negociação virtual entre a CEBB e representantes do banco.

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Imprensa SeebRio

Na negociação desta quarta-feira (27/7) sobre emprego e terceirização a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) exigiu do Banco do Brasil novas contratações e o fim das terceirizações. Como solução urgente para resolver o grave problema do déficit de pessoal foi cobrada a posse imediata de todos os aprovados no último concurso e a realização de outros de forma a atingir o número de 10 mil novos trabalhadores, bem como o fim da terceirização via correspondente bancário (coban).

O banco disse reconhecer que os correspondentes bancários não podem atuar em suas dependências e que irá acompanhar as denúncias. Sobre o aumento de contratações para 10 mil novos funcionários, afirmou que precisa de autorização da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), e que o teto de contratações hoje permitido pela entidade não chega ao número exigido pelos sindicatos.

Sobre o concurso realizado este ano, foram aprovadas cerca de 4.500 pessoas. Desse total, 2.977 já tomaram posse e outros 849 devem tomar posse até o final do ano. Além disso, houve 300 desistências e outros 32 não foram aprovados no período de experiência ou estágio probatório.

Adoecimento

Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da CEEBB, lembrou que todas as questões relacionadas com a insuficiência de mão de obra sobrecarregam os funcionários que continuam sendo submetidos a metas contínuas. “Muitos chegam a nós se queixando de exaustão física. Estamos notando o aumento de casos de LER/Dort e adoecimento psíquico. Tudo isso impacta o processo produtivo. Então, o aumento de funcionários é necessário para evitar a sobrecarga e para que as pessoas não adoeçam e se ausentem do trabalho por licença médica”, argumentou.

A CEBB apresentou diversas denúncias de que agentes de correspondentes bancários não apenas estão utilizando as dependências do BB – o que é expressamente proibido pela Resolução 4.935 do Banco Central (Bacen) – como utilizando equipamentos do banco. O coordenador da Comissão, João Fukunaga ressaltou que esse não é um assunto novo na mesa de negociação.

“Estamos assistindo a um aumento de gerentes utilizando serviços de coban, geralmente em agências de grande lotação de público. Isso só tem como explicação a necessidade de mais funcionários que esses gerentes estão tendo. E não temos como não destacar aqui que esse problema é um dos impactos negativos da reforma trabalhista”, frisou. A CEBB denuncio ainda o aumento de casos de funcionários impedidos de assumir promoções.

Questão humanitária

Outro integrante da Comissão de Empresa, Rogério Almeida, destacou recente caso que ocorreu em uma agência de Belo Horizonte, onde uma funcionária de corresponde bancário entrou na Justiça contra o banco pedindo equiparação salarial e ganhou.

Os representantes dos trabalhadores do BB solicitaram do banco a lista dos locais onde as posses estão ocorrendo. “Vamos continuar trazendo na mesa de negociação a necessidade de aumentar o quadro do BB que foi reduzido após sucessivos programas de demissões voluntárias. É uma questão de humanidade melhorar o quadro de funcionários, com impacto importante no processo produtivo e no papel que o Banco do Brasil tem para o desenvolvimento do país”, pontuou Fukunaga.

Cassi

Também nesta quarta-feira foi entregue à diretoria da Caixa de Saúde dos Funcionários do BB (Cassi) os itens da minuta específica relacionados com o plano de saúde. O mesmo foi feito anteriormente em relação à Caixa de Previdência, a Previ.

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