Quinta, 09 Junho 2022 19:26

Congresso debate importância do BB para a reconstrução do Brasil

Olyntho Contente*

Imprensa SeebRio

O Banco do Brasil – como os demais bancos e empresas públicas - terá papel fundamental para a reconstrução do Brasil em um novo governo que derrote Bolsonaro. Esta foi a avaliação que esteve presente em todos os debates realizados no primeiro dia do 33° Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, nesta quinta-feira (9). A abertura conjunta com os empregados da Caixa Econômica Federal ocorreu na véspera.

Logo na primeira mesa “BB público sim, BB mais social sempre!”, foram discutidas melhores condições de trabalho da instituição e também seu papel no desenvolvimento econômico e social, no combate à fome e na reconstrução do país. Em seguida foi debatido o papel dos bancos públicos, por meio do microcrédito, para fomentar o desenvolvimento regional “Desenvolvimento econômico regional com Banco Público”, na parte da manhã.

A primeira convidada a falar foi a presidenta do Instituto Nordeste Cidadania (Inec), Zilada Melo Ribeiro - organização sem fiz lucrativos que trabalha junto ao Banco do Nordeste (BNB), na operacionalização de dois programas de microcrédito. “Hoje, no CrediAmigo, realizamos 17 mil operacionalizações ao dia e, no AgroAmigo, cerca de 2,2 mil. Números que podem ser pequenos para o Banco do Brasil, mas para nossa região são fortes”, destacou Zilana.

“Para entender o que isso significa, o AgroAmigo gera mais de 353 mil empregos e o CrediAmigo, mais de 568 mil, e são responsáveis por um incremento na arrecadação tributária de R$ 1,1 bilhão e R$ 3,4 bilhões, respectivamente”, completou. Conforme Zilana, os dois programas contribuem, juntos, com uma massa salarial de R$ 11,1 bilhões.

Vínculo com o desenvolvimento

A segunda palestra foi do bancário aposentado do Banco do Brasil e ex-presidente do SEEB Brasília, Jaques Pena. Sua apresentação focou nas experiências que teve com as Cadeias Produtivas, Estratégias de Desenvolvimentos Regional Sustentável do BB, Programa de Desenvolvimento Territorial Integrado e Sustentável da Fundação Banco do Brasil e, por último, Territórios da Cidadania.

“Quem trabalhou muitos anos no banco sabe o quanto o BB tem vínculo com o desenvolvimento, com a atividade econômica, com as pequenas, grandes e médias iniciativas econômicas Brasil afora.” Segundo Pena, essa característica altera conforme a orientação dada ao Banco pelo governo. No entanto, “independente disso, o BB tem uma presença tão grande no país todo que fica difícil tirá-lo do desenvolvimento. Mas as orientações neoliberais podem atrapalhar muito esse papel da instituição.”

Para Pena, com um governo neoliberal, foi possível verificar mudanças nítidas no papel do BB. Como observou, antes do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, a missão do banco dizia “Promover o desenvolvimento sustentável do Brasil e cumprir sua função pública com eficiência”. Os objetivos estratégicos davam conta de “reforçar nosso papel de dinamizador do desenvolvimento do país, com ênfase na inclusão social e produtiva, urbana e rural”. Em 2017, passou a ser “Banco de Mercado com espírito público”; e em 2019, retirou-se a palavra “público” e a missão passou a ser “Cuidar do que é valioso para as pessoas”.

O congresso continuou à tarde, com as mesas “A fome se combate com agricultura familiar” e “O papel do BB na reconstrução do Brasil que a gente quer”, e amanhã com os encontros “Desigualdade de gênero e raça no trabalho e renda” e “Juventude: acesso ao trabalho e renda”.

*Com informações da Contraf-CUT.

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