Segunda, 14 Março 2022 17:24
SÓ A LUTA NOS GARANTE

Sindicato repudia deboche do BB sobre dificuldade financeira dos bancários

Endividamento no cartão de crédito, atrasos nas contas e aperto financeiro sofridos pelos trabalhadores são fruto da política econômica de Bolsonaro e do arrocho salarial da direção do banco. PLR é conquista histórica dos sindicatos e da categoria
NÃO TEM GRAÇA NENHUMA - O diretor da Secretaria de Administração do Sindicato Alexandre Batista criticou o deboche do vídeo veiculado pelo BB e lembrou que a PLR é fruto da luta da categoria NÃO TEM GRAÇA NENHUMA - O diretor da Secretaria de Administração do Sindicato Alexandre Batista criticou o deboche do vídeo veiculado pelo BB e lembrou que a PLR é fruto da luta da categoria

A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) é sempre muita aguardada por toda a categoria bancária. Não é por menos. Como todos os trabalhadores do país, os funcionários do Banco do Brasil estão com orçamento cada vez mais apertado, endividamento no cartão de crédito, atraso nas contas e tem até muita gente no Serasa. Um vídeo veiculado pelo Banco do Brasil, fazendo deboche desta dura e triste realidade causou indignação geral na categoria. O objetivo do vídeo parece ter sido passar a mensagem de que a PLR é uma concessão dos bancos. O BB pagou a segunda parcela da PLR na última sexta-feira (11).
“É bom lembrar que o BB foi o último a creditar a segunda parcela da PLR, tendo bancos que já o fizeram há um mês", lembra o diretor da Secretaria de Administração do Sindicato do Rio, Alexandre Batista. O banco, além de zombar de uma realidade que não tem graça nenhuma, acaba deixando evidente o drama do funcionalismo que é fruto da atual política econômica do governo Jair Bolsonaro e traz sofrimento e aflição a todos os brasileiros e do arrocho salarial e equivocado plano de cargos e salários da direção da empresa. O movimento sindical denuncia que este aperto todo é reflexo das inúmeras reestruturações do banco, onde as remunerações diminuem, reduzindo o poder de compra dos bancários.
“Os novos cargos significam menos salário e o imenso estrago com os descomissionamentos sistemáticos que o BB pratica, demonstrando a completa dependência que hoje a categoria tem da PLR para pagar suas contas e quitar suas dívidas”, avalia Alexandre.

Funcionalismo Aviltado

A “paródia” começa com o banco dizendo que sabe que a situação está complicada e que o funcionalismo quando olha a conta se desespera. "Mas o que a direção do BB faz para melhorar essa situação desesperadora dos bancários?", questiona o sindicalista. O escárnio continua na sequência do vídeo, ao demonstrar que, antes de receber a participação nos lucros, o funcionalismo “atrasa aluguel, IPVA, parcela café, botijão de gás, tem cartão de crédito estourado, nome no Serasa, em resumo: deve geral”.
"O banco afirma que com a PLR o funcionalismo ‘tira o pé da jaca’ e sai do sufoco. Ora, é essa a política salarial do banco? Produzir esse resultado e, ao longo dos outros meses, o funcionalismo tem que sobreviver apenas do seu salário e viver endividado? É desse funcionalismo aviltado que o BB cobra metas desumanas e inatingíveis", acrescenta Alexandre.
Pela mensagem explicitada no vídeo, o banco considera atividades físicas, o cuidado com a saúde, comer bem, viagens e lazer e outros direitos básicos como itens de "luxo" que "só com a PLR o funcionário pode garantir na vida”.
O Sindicato considera ainda, que faltou o banco dizer que os lucros do banco são conquistados com muita sobrecarga de trabalho sobre os funcionários, assédio moral, metas desumanas e o adoecimento da categoria.

PLR é fruto da luta

No final, o banco admite que nos meses seguintes ao do pagamento da PLR “vai rolar tudo de novo”. "Nisso o banco está certo. Com a atual política, continuaremos entrando no cheque especial e capengando como a própria música diz, até que um novo crédito de PLR chegue", ressalta.
“Faltou o BB dizer uma verdade: que a PLR é fruto da capacidade de organização e luta de nossa categoria, uma conquista histórica adquirida com muita greve e mobilização e pressão nas negociações. Nossa categoria foi, nos anos 90, a primeira a conquistar a participação nos lucros no país e a única a garantir todos os direitos previstos em nossa Convenção Coletiva de Trabalho em nível nacional, para todos os bancários e bancárias”, afirma o presidente do Sindicato José Ferreira.
“Enquanto o presidente da instituição faz ‘dancinha’ na nossa cara, o funcionalismo fica a depender de PLR, PDG, crédito de 13º, venda de férias, licenças e abonos, para não “dançar” em sua sobrevivência diária. A tatuagem sugerida no vídeo não deveria trazer apenas a PLR, e sim, inúmeras conquistas, fruto da luta do movimento sindical. Uma boa sugestão seria: só a luta nos garante", conclui Alexandre.
Em nosso site, você confere o link com o histórico da conquista da PLR pelo movimento sindical: www.bancariosrio.org.br.

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