Sexta, 28 Janeiro 2022 20:02

Banco do Brasil enrola na negociação e mantém funcionários expostos à covid-19

BB ignora disparada dos casos de contaminação e mortes BB ignora disparada dos casos de contaminação e mortes

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

“Não sei se podemos chamar o que houve mais cedo de negociação. Seria mais correto chamar de reunião, pois o Banco do Brasil não respondeu às nossas reivindicações, se limitou a receber uma lista que entregamos com as principais medidas preventivas a serem colocadas imediatamente em prática para proteger a vida dos funcionários contra a covid-19, mesmo assim, sem estabelecer prazo de resposta, apesar de enfrentarmos um contexto gravíssimo de aumento de contágio dentro do banco, inclusive com casos graves, com internações em CTI”.

A avaliação foi feita por Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Funcionários do BB (CEBB), numa referência ao que seria uma negociação virtual entre a Comissão e o BB, nesta sexta-feira (28/1), tanto para cobrar a volta aos protocolos fixados anteriormente que tiveram reduzidas as medidas de prevenção apesar do agravamento da pandemia, quanto o cumprimento das novas normas que também não estão sendo respeitadas, expondo a vida dos funcionários, bem como a adoção de medidas emergenciais de proteção.

Enrolação irresponsável

Ao que parece, o banco está usando a tática de transformar negociações em enrolações para continuar mantendo a política de negar a gravidade da pandemia, orientação que vem sendo passada pelo governo federal também à Caixa Econômica Federal. O objetivo seria ignorar o aumento do risco às vidas dos funcionários devido à disparada da variante Ômicrom para manter o funcionamento normal, inclusive com cobrança de metas, como se o Brasil e o mundo não vivessem uma situação de crise pandêmica aguda.

“O momento é de extrema gravidade, tanto que dissemos ao BB que estávamos à disposição neste sábado e domingo para receber a resposta à nossa lista de medidas emergenciais de proteção contra a covid”, frisou Rita Mota. Lembrou que graças a este comportamento negacionista tem havido um aumento geométrico de contaminados no BB.

O coordenador da CEBB, João Fukunaga, também condenou a postura do banco. “É um absurdo, na altura dos acontecimentos, que ainda seja necessário sentar com o BB para fazer exigências óbvias pela segurança dos trabalhadores”, criticou.

Medidas emergenciais contra a covid

Entre as medidas entregues pela CEBB com exigência de resposta urgente, mas que o BB disse só poder responder, após decisão de sua diretoria, estão: 1) cobrança de passaporte vacinal; 2) redução do horário de atendimento nas agências; 3) limitação de entrada dos clientes nas agências; 4) responsabilização de quem não use máscara e para o gestor que não orientar; 5) e para quem insistir em permanecer no local do trabalho com sintomas ou positivado; 6) teletrabalho para locais de grande aglomeração e todos dos grupos de risco; 7) fechamento de agências para sanitização e não apenas higienização; 8) fixação de critérios para o fechamento das agências em caso de falta de funcionário; e, 9) testagem de casos suspeitos.

Mobilização em defesa da vida

Diante desta postura irresponsável do banco, a CEBB decidiu, em reunião logo após o encontro com o BB, intensificar os protestos em todo o país, como aconteceu na última quinta-feira (27/1), Dia Nacional de Luta. “Vamos dar uma resposta à altura do descaso da diretoria do banco que só enxerga o lucro, suspendendo home office, convocando até mesmo para o presencial quem é do grupo de risco, não cumprindo a liminar que manda manter em teletrabalho quem apresentar justificativa médica e alterando o Manual de Trabalho, com regras de prevenção contra a covid, feitas com a mediação do Ministério Público do Trabalho” afirmou Rita Mota.

Lembrou que denúncias sobre desrespeito aos protocolos e de casos de agências contaminadas devem ser denunciados ao Grupo de Trabalho (GT), criado pelo Sindicato com esta finalidade. As informações devem ser repassadas para chat no site do Sindicato (www.bancariosrio.org.br) e pelos telefones 2103-4123 e 2103-4150.

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