Quarta, 24 Novembro 2021 21:50

Banco do Brasil impõe retorno de funcionários do grupo de risco ao trabalho presencial

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Como parte da política irresponsável do ‘já passou a pandemia’, a diretoria do Banco do Brasil divulgou, na terça-feira (23/11), um comunicado impondo o retorno ao trabalho presencial dos funcionários do grupo de risco 24 horas depois. A decisão intempestiva, causou uma enorme apreensão e surpresa a todo o funcionalismo.

A Comissão de Empregados dos Funcionários do BB (CEBB) e o Comando Nacional mantiveram vários contatos com a diretoria do banco, frisando que a convocação arbitrária coloca em risco a vida dos funcionários, de sua família, e rompe as normas do acordo emergencial covid. Rita Mota, da CEBB, lembrou que o Sindicato do Rio tinha reunião com a Gestão de Pessoas prevista para esta quarta-feira (24/11), mas foi desmarcada pela Gepes.

Já a coordenação do Comando Nacional dos Bancários e a CEBB em um encontro na tarde desta quarta, protestaram com o vice-presidente corporativo e o diretor de pessoas do BB contra a volta do retorno presencial, cobrando o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial, que proíbe ainda descomissionamentos por produtividade na pandemia. O acordo é válido enquanto perdurar o estado de calamidade mantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e em pleno vigor.

Plenária

O Sindicato debateu o assunto numa plenária ontem à tarde, cujo resultado informaremos nesta quinta-feira. Na plenária, João Fukunaga, coordenador da CEBB, relatou que repetiu seguidamente nestes encontros que o movimento sindical é contra o retorno presencial desta forma e neste momento, quando ainda pairam incertezas sobre uma eventual nova onda de contaminações, a exemplo do que vem ocorrendo na Europa, e diante da orientação do Ministério da Saúde indicando a necessidade da dose de reforço da vacina contra o coronavírus.

Adiantou que estão sendo estudadas medidas judiciais para barrar a volta, e defendeu a mobilização como saída para reverter a decisão do BB, feita sem qualquer critério, sem saber quantas pessoas são do grupo de risco e porque motivo. Os únicos que não foram convocados compulsoriamente foram as gestantes.

O BB diz que a volta obrigatória será gradativa, nos meses de novembro e dezembro, observados os percentuais mínimos de 50% (novembro), 75% (primeira quinzena de dezembro) e 100% (até o final de dezembro). O que não é verdade: todos estão sendo convocados.

A Contraf-CUT em contato com a Fundação Oswaldo Cruz foi informada que as pessoas do grupo de risco só devem voltar ao trabalho presencial mediante orientação do médico assistente. Cobrou do BB o respeito a esta orientação. Mas o banco manteve a determinação do retorno agora.

Descomissionamentos

A volta obrigatória pode ser uma dupla armadilha para impor descomissionamentos medida proibida pelo acordo emergencial, podendo considerar, com a convocação, a pandemia terminada – apesar de centenas de pessoas ainda morrerem de covid-19 todos os dias no país, e da possibilidade de uma nova onda mundial de contaminações.

“Nós não vamos aceitar eventuais descomissionamentos por desempenho na esteira desta mudança feita sem negociação e que representa um verdadeiro ataque à saúde e aos direitos dos trabalhadores, e vamos acionar o judiciário em caso de descumprimento do acordo”, adiantou Fukunaga.

Cassi

A plenária elegeu delegados sindicais para o Conselho de Usuários da Cassi. São eles: Iuri Furtado e Shirley Costa de Assis.

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