Sexta, 15 Outubro 2021 20:25

Banco do Brasil: Sindicato cobra explicações sobre retorno precipitado ao presencial

Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil

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Imprensa SeebRio

Seguindo a política negacionista do governo Bolsonaro, a diretoria do Banco do Brasil vem acelerando o processo de retorno ao trabalho presencial. No Rio de Janeiro diversas áreas estão, inclusive, passando por cima da orientação nacional, convocando mais de 30% para o presencial, contrariando a volta gradual de 30% em outubro, 60% em novembro, chegando a 100% em dezembro, mesmo em plena pandemia.

Em reunião com a Gerência de Pessoas (Gepes) nesta quinta-feira (14/10), o Sindicato voltou a defender a posição contrária ao retorno neste momento em que a pandemia ainda se encontra fora de controle. Cobrou providências em relação ao cumprimento do protocolo de prevenção, que vem sendo desrespeitado, inclusive pelo presidente do BB, Fausto Ribeiro. O Sindicato recebeu denúncia de que, na última segunda-feira, o executivo esteve no prédio da Senador Dantas, retirou a máscara, passando a apertar a mão de funcionários, gerando uma situação de total constrangimento.

Em relação ao comportamento do presidente, a Gepes não se posicionou. Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), cobrou explicações sobre como estava sendo feito o retorno, recebendo a informação de que a volta é acompanhada por um comitê formado por membros do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt), da Cipa, da Cesup e pela Administração Predial no caso do Sedan, seguindo os protocolos de prevenção à covid. Um protocolo com regras rígidas de retorno vem sendo negociado pela CEBB com o banco. 

Em relação ao desrespeito ao protocolo de prevenção já existente por parte de alguns gestores, a Gepes disse que sempre que toma conhecimento entra em contato orientando o gestor a cumprir o protocolo corretamente. O Sindicato cobrou maior rigor no cumprimento destas normas, como a exigência do uso de máscara PFF2 ou N 95; manter medidas que evitem aglomerações; exigência de imunização vacinal completa para o retorno; e volta do distanciamento de dois metros entre as pessoas, que, recentemente, o BB reduziu para um metro; além de medidas de prevenção contra a variante Delta.

Reestruturação

Foi levada à Gepes a preocupação com a informação de que haveria uma reestruturação na área de Valores do BB, no Rio de Janeiro, subordinada à Diretoria de Operações (Diope). A gerência disse não ter informações sobre o assunto. O objetivo do Sindicato é garantir que não haja impacto sobre postos de trabalho e remuneração.

Banco de horas

O Sindicato cobrou atenção especial aos funcionários do grupo de risco que não estão trabalhando à distância e que acumulam horas negativas para que não sejam descontados. Os dirigentes voltaram a solicitar informações sobre o número de pessoas nesta situação e em relação ao montante de horas negativas. A Gepes se comprometeu a pedir estes dados à Diretoria de Pessoas (Dipes). Esta solicitação vem sendo reiterada pelo Sindicato há mais de um ano.

Foi cobrada, ainda, a reversão da decisão de gestores de colocar no banco de horas negativas, de forma compulsória, funcionários que estavam em teletrabalho. “Esta decisão é descabida e arbitrária, prejudica a pessoa que está trabalhando e a endivida, e, por outro lado, cria para o banco um passivo trabalhista, na medida em que o funcionário está ficando endividado porque está sendo proibido de trabalhar”, disse Rita Mota. A Gepes disse que esta não é a orientação do BB. O Sindicato solicita que quem estiver nesta situação entre em contato com a entidade para que se busque uma solução.

Licença médica

O Sindicato cobrou, ainda, respeito aos funcionários que voltam de licença médica com restrições à execução de tarefas por conta de cirurgias ou adoecimento. A Gepes pediu tempo para avaliar os casos.

Foi solicitado, também, que gestores negociem com antecedência o período de férias dos funcionários, o que não está sendo feito em algumas unidades, onde elas são arbitrariamente fixadas. Isto leva a vários problemas, entre eles, a dificuldade de organização das mesmas, e falta de tempo para requerer os 50% do 13º, adiantados, e um mês de salário.

Outro assunto tratado foi o do desconto feito de uma só vez no caso de funcionários com problemas de saúde impossibilitados de compreender com exatidão como devem proceder em situações em que o INSS os consideram aptos para o trabalho e o banco, inaptos.

Foi reafirmado o entendimento de que os treinamentos do banco só devem ser realizados durante a jornada de trabalho, o que nem sempre é respeitado. A Gepes se comprometeu a reforçar o cumprimento deste procedimento junto aos gestores. 

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