Segunda, 11 Outubro 2021 22:42
POR UMA VOLTA SEGURA

Sindicato e delegados sindicais protestam contra retorno precipitado no BB

Presidente do banco, Fausto de Andrade, dá mau exemplo com máscara abaixo do nariz, retirando o equipamento de proteção e promovendo aglomerações com os funcionários, em plena pandemia
NA LUTA PELA VIDA - Dirigentes sindicais entregam panfletos ao presidente do Banco do Brasil Fausto de Andrade (E) e o vice de Negócios, Carlos Motta, em protesto contra o retorno precipitado dos funcionários que estão em home office para o trabalho presencial NA LUTA PELA VIDA - Dirigentes sindicais entregam panfletos ao presidente do Banco do Brasil Fausto de Andrade (E) e o vice de Negócios, Carlos Motta, em protesto contra o retorno precipitado dos funcionários que estão em home office para o trabalho presencial Foto: Nando Neves

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e delegados sindicais aproveitaram a presença do presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro e do vice de Negócios, Carlos Motta, no prédio da Rua Senador Dantas e alguns escritórios, no Centro do Rio, e realizaram um protesto contra o retorno precipitado dos funcionários da empresa no momento em que há uma alta de casos das variantes da Covid-19, como a Delta na capital fluminense.

Todo o Conselho Diretor do BB esteve no Rio para um evento de aniversário da empresa.

Funcionários denunciaram que o presidente do banco chegou para a reunião dando o mau exemplo, usando a máscara abaixo do nariz e retirando o equipamento de proteção para falar com funcionários, formando aglomerações.  

“É triste ver que uma pessoa com um cargo tão importante e com tanta informação que a sociedade tem em relação às medidas de prevenção, com este tipo de comportamento que expressa bem a postura negacionista do Governo Bolsonaro”, afirma o diretor do Sindicato, Rodrigo da Silva.

Volta só com segurança

O movimento sindical considera que só pode haver uma volta segura dos trabalhadores que estão em home office ao trabalho presencial com pelo menos 70% da população brasileira integralmente imunizada (duas doses ou dose única), conforme orientam os sanitaristas.

“O prédio não tem condições de receber o grande volume de pessoas de volta. Estamos ainda numa situação grave da pandemia, mais de 600 mil pessoas morreram no Brasil por causa do coronavírus. Isto significa mais funcionários circulando num ambiente de trabalho restrito, sem circulação de ar, fora que os trabalhadores terão que usar transporte público, o que aumenta o risco”, explica o diretor Rodrigo. O sindicalista lembra ainda que não há necessidade de a empresa forçar a volta às unidades físicas, pois a própria direção do banco reconhece que a produtividade aumentou com o teletrabalho.

De olho nos lucros

A vice-presidente do Sindicato Kátia Branco criticou ainda o projeto do Ministro da Economia de privatizar os bancos públicos. O Bradesco anunciou que fechou a compra de 49,99% do banco digital Digio por R$625 milhões, passando a deter 100% do capital social da empresa, já que as cotas restantes estavam nas mãos do BB.

“Essa compra do Bradesco só confirma que o setor privado só quer a fatia lucrativa do sistema financeiro, sem nenhum compromisso com programas sociais e de desenvolvimento. Por isso é fundamental para toda a sociedade lutar contra a privatização do BB, da Caixa e do BNDES”, afirma.

 

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