Terça, 05 Outubro 2021 19:46

Política de Bolsonaro de negar gravidade da pandemia, se amplia no Banco do Brasil

Evento na Gefid comemorou o retorno ao presencial com doces e bolo Evento na Gefid comemorou o retorno ao presencial com doces e bolo

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

A cada dia aparecem mais exemplos de como o Banco do Brasil vem expandindo internamente a política de negação da gravidade da pandemia, seguindo a orientação do governo Bolsonaro, seu maior acionista. Para evitar desgastes, a diretoria do BB inventou que o retorno ao trabalho presencial, com a pandemia ainda fora de controle, seria voluntário, o que a convocação feita pelos diversos setores nacionalmente desmentiu.

Na última sexta-feira, por exemplo, foi organizado pela Gerência de Serviços Fiduciários (Gefid), com direito a bolo, salgados e doces, um evento festivo para marcar o retorno ao trabalho presencial. O setor é subordinado à Diretoria de Operações (Diope). A recepção contrariou os protocolos de prevenção do próprio banco, ao promover aglomeração, em ambiente fechado, com o convite à retirada de máscaras para o consumo de alimentos e bebidas, o que aumenta o risco de contágio pelo novo coronavírus.

O diretor do Sindicato, Alexandre Batista, condenou a iniciativa. Acrescentou que, infelizmente, na Diope, antiga Disem, a pressão vem acontecendo de forma progressiva, com reuniões convocatórias constrangedoras via Teams e com ameaças veladas de futuro incerto para os que não aderirem ao ‘convite voluntário’. “A diretoria do banco, a serviço do negacionismo do governo federal, precisa entender que o funcionalismo não necessita de lanches nem de palavras bonitas, mas de respeito à vida e a de seus familiares”, frisou o dirigente.

Plenária de resistência ao retorno

Este e outros casos serão discutidos na plenária virtual de delegados sindicais do BB, aberta a todos os funcionários que estará acontecendo nesta quarta-feira (6/10), a partir das 19 horas. A plenária foi marcada para organizar a resistência à volta ao trabalho presencial.

Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), lembrou que não há nada a comemorar e que este não é o momento de retorno ao presencial. “O ser humano é o transmissor do vírus, portanto, têm que se evitar aglomerações e não incentivá-las aumentando a chance de contágio, como aconteceu na Gefid”, criticou. Acrescentou que o discurso do já acabou (referindo-se à pandemia) é muito perigoso, um comportamento irresponsável que graças ao governo, levou o Brasil a quase 600 mil mortos.

Denunciar pressão pelo retorno

“O Banco do Brasil está impondo esta política negacionista, colocando em risco a vida de quem estiver no direito de não aceitar retornar, já que o BB alega oficialmente que é apenas um convite, inclusive com ameaças de gestores de comunicar o nome dos que se negarem. O Sindicato orienta denunciar qualquer tipo de pressão neste sentido”, afirmou.

Disse que o liberou geral no BB vai contra a realidade, tanto pelo número ainda insuficiente de vacinados, quanto pela disseminação das variantes mais transmissíveis e fatais. Lembrou que o risco continua sendo alto, frisando que em recente declaração, a diretora-geral adjunta da Organização Mundial de Saúde, Mariângela Simão, advertiu, inclusive, que uma nova pandemia é "inevitável" e a questão é "quando ela vai acontecer". “O Banco do Brasil está fora da realidade. Está brincando com a vida das pessoas”, alertou.

 

 

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