Segunda, 04 Outubro 2021 18:44

Comissão reivindica adiar retorno precipitado ao presencial no BB

Pandemia ainda está fora de controle, com mais de 500 mortes por dia Pandemia ainda está fora de controle, com mais de 500 mortes por dia

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Imprensa SeebRio

Em reuniões com o Banco do Brasil na quinta (30/9), sexta e nesta segunda-feira (4/9), a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) reivindicou o adiamento do retorno ao trabalho presencial. Reforçou para a direção do banco o argumento de que ainda é cedo para a volta, já que a pandemia do coronavírus continua com média de mortes acima de 500 casos por dia, portanto, ainda muito fora de controle.

O retorno é precipitado, pois coloca em risco a vida de milhares de pessoas, foi uma ordem do governo Bolsonaro, dada através do Ministério da Economia, seguindo a orientação de negar a gravidade da pandemia. A CEBB pontuou também que a maneira como foi feita a convocação por parte do BB não foi correta.

“O retorno foi anunciado como voluntário, mas o que se viu foi a convocação sendo feita por gestores em todo o país. No Rio de Janeiro, o episódio da Tesouraria, onde foram sorteados os nomes dos que seriam chamados, confirmou que o banco não falava a verdade”, afirmou Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB).

Negacionismo

O coordenador da CEBB, João Fukunaga, disse que no dia a dia, foram descobertas pressões feitas por gestores, inclusive com ameaças, para os trabalhadores voltarem, independentemente da sua vontade. “Não aceitamos este tipo de atitude. Estamos pré-dispostos à negociação, mas o banco também precisa querer negociar e não tomar atitudes arbitrárias”, afirmou.

A Central de Suprimentos e Contratos (Cesup) Rede São Paulo, contrariando o discurso do ‘convite’ para o trabalho, realizou uma reunião via rede interna, com mais de 300 funcionários para informar do retorno ao trabalho presencial em todo o banco dos funcionários que não são grupo de risco. A unidade engloba setores que funcionam em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Paraná.

O previsto, segundo informado na reunião, é o retorno de 30% até o final de outubro, 60% até o final de novembro e 100% até o fim do ano. Tudo isto sem exigência de vacinação, seguindo a determinação do governo federal, através do Ministério da Economia e, com isso, jogando por terra o discurso de um retorno voluntário.

Negacionismo

Nas reuniões com o banco foi reiterado pela CEBB a visão de que a volta, neste momento é precipitada, colocando em risco a saúde e a vida dos funcionários, sendo reivindicado, por isto mesmo, seu adiamento. Na reunião o BB passou a dizer que o presencial seria implementado, assumindo, assim, que mentiu antes. Recusou a reivindicação feita pela Comissão, acenando, apenas, com a possibilidade de ser negociado um protocolo para o retorno e a criação de um comitê que fiscalize a volta ao presencial, a ser colocado em prática pelos sindicatos es Comissões de Prevenção de Acidentes (Cipas).

“Concordamos em negociar o protocolo, o que não significa que concordemos com o retorno neste momento que para nós não tem cabimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a pandemia estará sob controle quando a imunização pela vacina estiver em, pelo menos, 70%. Mas no Brasil +é de pouco mais de 40%”, lembrou Rita Mota. Disse que o retorno precoce não é a única contradição do banco e do seu acionista majoritário, o governo Bolsonaro.

“O governo age como se a pandemia tivesse acabado, mas se nega a pôr em prática o acordo de teletrabalho, já assinado, alegando que ele só poderia ser implementado com o fim da pandemia. É uma política negacionista que colocada em prática nacionalmente fez o Brasil chegar a quase 600 mil mortes”, criticou a dirigente.  

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