EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Imprensa SeebRio
Em reuniões com o Banco do Brasil na quinta (30/9), sexta e nesta segunda-feira (4/9), a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) reivindicou o adiamento do retorno ao trabalho presencial. Reforçou para a direção do banco o argumento de que ainda é cedo para a volta, já que a pandemia do coronavírus continua com média de mortes acima de 500 casos por dia, portanto, ainda muito fora de controle.
O retorno é precipitado, pois coloca em risco a vida de milhares de pessoas, foi uma ordem do governo Bolsonaro, dada através do Ministério da Economia, seguindo a orientação de negar a gravidade da pandemia. A CEBB pontuou também que a maneira como foi feita a convocação por parte do BB não foi correta.
“O retorno foi anunciado como voluntário, mas o que se viu foi a convocação sendo feita por gestores em todo o país. No Rio de Janeiro, o episódio da Tesouraria, onde foram sorteados os nomes dos que seriam chamados, confirmou que o banco não falava a verdade”, afirmou Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB).
Negacionismo
O coordenador da CEBB, João Fukunaga, disse que no dia a dia, foram descobertas pressões feitas por gestores, inclusive com ameaças, para os trabalhadores voltarem, independentemente da sua vontade. “Não aceitamos este tipo de atitude. Estamos pré-dispostos à negociação, mas o banco também precisa querer negociar e não tomar atitudes arbitrárias”, afirmou.
A Central de Suprimentos e Contratos (Cesup) Rede São Paulo, contrariando o discurso do ‘convite’ para o trabalho, realizou uma reunião via rede interna, com mais de 300 funcionários para informar do retorno ao trabalho presencial em todo o banco dos funcionários que não são grupo de risco. A unidade engloba setores que funcionam em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Paraná.
O previsto, segundo informado na reunião, é o retorno de 30% até o final de outubro, 60% até o final de novembro e 100% até o fim do ano. Tudo isto sem exigência de vacinação, seguindo a determinação do governo federal, através do Ministério da Economia e, com isso, jogando por terra o discurso de um retorno voluntário.
Negacionismo
Nas reuniões com o banco foi reiterado pela CEBB a visão de que a volta, neste momento é precipitada, colocando em risco a saúde e a vida dos funcionários, sendo reivindicado, por isto mesmo, seu adiamento. Na reunião o BB passou a dizer que o presencial seria implementado, assumindo, assim, que mentiu antes. Recusou a reivindicação feita pela Comissão, acenando, apenas, com a possibilidade de ser negociado um protocolo para o retorno e a criação de um comitê que fiscalize a volta ao presencial, a ser colocado em prática pelos sindicatos es Comissões de Prevenção de Acidentes (Cipas).
“Concordamos em negociar o protocolo, o que não significa que concordemos com o retorno neste momento que para nós não tem cabimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a pandemia estará sob controle quando a imunização pela vacina estiver em, pelo menos, 70%. Mas no Brasil +é de pouco mais de 40%”, lembrou Rita Mota. Disse que o retorno precoce não é a única contradição do banco e do seu acionista majoritário, o governo Bolsonaro.
“O governo age como se a pandemia tivesse acabado, mas se nega a pôr em prática o acordo de teletrabalho, já assinado, alegando que ele só poderia ser implementado com o fim da pandemia. É uma política negacionista que colocada em prática nacionalmente fez o Brasil chegar a quase 600 mil mortes”, criticou a dirigente.