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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Maior acionista individual do Banco do Brasil, o governo Bolsonaro, através do Ministério da Economia, vem obrigando os funcionários em teletrabalho a retornar ao presencial, ao mesmo tempo em que usa a desculpa de que a volta não é obrigatória. A mentira tem como objetivo tentar não sujar a imagem do banco e do governo por fazer esta convocação em plena pandemia, negando, mais uma vez, a gravidade da situação e expondo os funcionários ao contágio da covid-19.
O diretor da Secretaria de Trabalho de Base do Sindicato, Rodrigo da Silva, frisou que prova disto é que após anunciar o “convite” para o retorno em 16 de setembro o BB avançou neste processo. Na quinta-feira iniciou uma mesa de negociação sobre o tema com a Comissão de Empresa e, nesta sexta, o Sindicato recebeu a informação de que a Central de Suprimentos e Contratos (Cesup) Rede São Paulo realizou uma reunião via rede interna, com mais de 300 funcionários para informar do retorno ao trabalho presencial em todo o banco dos funcionários que não são grupo de risco.
O Cesup Rede SP engloba setores que funcionam em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Paraná. O previsto, segundo informado na reunião, é o retorno de 30% até o final de outubro, 60% até o final de novembro e 100% até o fim do ano. Tudo isto sem exigência de vacinação, seguindo a determinação do governo federal, através do Ministério da Economia e, com isso, jogando por terra o discurso de um retorno voluntário.
Negacionismo genocida
Foi este negacionismo do governo Bolsonaro que fez o Brasil chegar à trágica marca de quase 600 mil mortos pela covid-19 e que poderá levar os funcionários do BB a mais contaminação e morte. “Ainda estamos vivendo um período de pandemia, lidando com o negacionismo de movimentos anti-vacina e a disseminação de novas variantes. O retorno destes funcionários não soluciona o problema de sobrecarga no atendimento, em especial nas agências, com longas filas de espera”, afirmou Rodrigo.
Vale a pena lembrar que os funcionários que o Banco do Brasil está convocando para atuar em ambientes fechados, retomar o uso de transporte e espaço público e se expor ao contágio e disseminar o vírus, sem ao menos um "passaporte" da vacina, são aqueles que poderiam permanecer atuando em teletrabalho sem qualquer prejuízo do seu desempenho. Pelo contrário, o próprio banco já admitia o aumento da produtividade em alguns setores, e o interesse em manter o home office ou um modelo “flex” para após a pandemia.
Suspender o retorno
A convocação, que havia sido anunciada a princípio como voluntária, é parte da guerra do governo Bolsonaro contra o combate a pandemia. Para o dirigente, é preciso parar o retorno, e garantir a segurança dos trabalhadores em primeiro lugar.
“Não podemos admitir o retorno ao trabalho presencial sem que haja um protocolo rígido de segurança sanitária”, acrescentou. Disse que devem ser exigidos, entre outros: ambientes seguros e adequados, com a garantia de distanciamento social; vacinação de todos que estejam em trabalho presencial; suspender o trabalho caso qualquer trabalhador no mesmo ambiente apresente sintomas de convid-19; manter as mães e pais de crianças que não estejam em regime presencial em teletrabalho; garantir o teletrabalho para todos que necessitem de transporte público para chegar a sua dependência e outras medidas discutidas com o conjunto do funcionalismo.