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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Foto: Nando Neves
Imprensa SeebRio
Os funcionários do Banco do Brasil fizeram uma plenária virtual nesta quarta-feira (26/5) à noite. Um dos objetivos foi trocar informações sobre o assédio moral institucional que, mesmo em plena pandemia, vem se ampliando em todas as unidades. São feitas ameaças, entre elas, transferências compulsórias e retirada de comissão.
Outra finalidade foi definir formas de luta conjunta para exigir o fim desta política do BB. A pressão ilegal tem como objetivo forçar os funcionários a atingir metas de venda de produtos, mesmo com número reduzido de pessoal em função do teletrabalho durante a pandemia e, sobretudo, da reestruturação que cortou mais de 5 mil postos de trabalho.
Todas as propostas aprovadas na plenária têm como objetivo dar início à mobilização do funcionalismo do BB contra o assédio e em defesa do banco. Entre elas estão a confecção de cartaz e carta denunciando o assédio e os efeitos nocivos da reestruturação, como a redução massiva de pessoal, que teve forte impacto no aumento da sobrecarga de trabalho e no atendimento aos clientes e à população. O material cobrará, ainda, a realização de concurso para a admissão de novos funcionários.
Foi aprovado, ainda, o envio de ofício à Plataforma de Suporte Operacional (PSO) para cobrar o fim do assédio e o retorno de quem foi removido de forma compulsória. Além disto, foi definido estudar medidas jurídicas contra as pressões ilegais e a confecção de adesivo em defesa do BB a ser usado pelos funcionários.
Resposta conjunta
A diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), Rita Mota frisou ser preciso o funcionalismo ter consciência da sua força. “A lógica do banco é a da pressão que funciona pelo medo. Medo de perder comissão, de ser transferido. É esta barreira que precisa ser rompida e definidas formas de mobilização conjuntas que levem o BB a recuar deste assédio moral”, defendeu. Enfatizou que esta pressão, bem como a redução de remuneração, pode atingir a todos, porque faz parte do processo de enxugamento da folha, preparatório da privatização, como prosseguimento da reestruturação.
“A única forma de barrar este processo, do qual a pressão das ameaças faz parte, é uma resposta conjunta. Não adianta pensar que ficando quieto não vai ser atingido”, argumentou. Rita classificou esta pressão como uma forma de gestão equivocada, por que, além de ser atrasada e desumana, leva à exaustão e ao adoecimento, prejudicando o funcionamento do banco.
Massacre a ser combatido
A cobrança de meta de venda de produtos é imposta também sobre os que estão em teletrabalho. Na plenária, o assédio em meio à pandemia e após a reestruturação, foi classificada como um massacre covarde. Foi lembrado o absurdo da pressão que acontece paralela ao grande risco de contaminação pela covid-19 nas unidades, mas também no transporte, e à sobrecarga de trabalho em função da reestruturação e do trabalho à distância.
Ação dos caixas
No início da plenária, Rita deu informe sobre a ação que garantiu a função de caixa executivo a todos os que estavam na função em 11 de janeiro, data do início do plano de reestruturação. O BB se recusou, na audiência de conciliação do último dia 21, a apresentar uma proposta de acordo. O juiz do caso, determinou que o BB fizesse valer a liminar que garantiu a manutenção da função, inclusive em praças como as da cidade de Bauru e em estados como Rio Grande do Norte e Paraíba, que tinham ações separadas a respeito do mesmo tema. A liminar é válida para todo o país. “Esta e outras decisões são sinalizações que nos levam a uma avaliação positiva sobre o avanço da ação movida pela Contraf-CUT”, argumentou Rita Mota.