Quarta, 14 Abril 2021 18:15

Saída de vice-presidentes do BB não muda plano de privatização

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

“A saída de vice-presidentes e membros do conselho administrativo não representa nenhuma mudança de fundo para o Banco do Brasil. Não muda a política do governo Bolsonaro de continuidade de ações de desmonte de sua estrutura, preparatórias da privatização”. A avaliação é da diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), Rita Mota, numa referência à saída dos vice-presidentes Carlos André (Gestão financeira e de Relações com Investidores), para se aposentar, e de Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente Corporativo, por motivos pessoais.

As duas mudanças aconteceram uma semana após a posse do novo presidente do banco, Fausto Ribeiro, que substituiu André Brandão, que entregou o cargo, após passar por um processo de ‘fritura’ pública feita por Jair Bolsonaro, logo após anunciar o plano de reestruturação. Apesar de ter aprovado o plano, o presidente da República vazou para a imprensa a informação de que tinha se sentido incomodado com o desmonte que cortou mais de 5.500 vagas e fechou 361 unidades, entre agências e postos de atendimento em plena pandemia. A atitude de Bolsonaro teve um conteúdo eleitoral, buscando livrar-se do desgaste provocado pelo desmonte, jogando a responsabilidade sobre Brandão.

Para o cargo Bolsonaro nomeou o funcionário de carreira Fausto Ribeiro que, na posse, fez uma carta aos funcionários com sentido ambíguo, na qual afirmou que o banco era do Brasil, mas, ao mesmo tempo, fez questão de frisar no documento que vai dar continuidade à venda de ativos, classificados por ele como ‘não essenciais’, dando prosseguimento à política de desmonte de seus antecessores. Desta forma tentou tranquilizar o sistema financeiro, de que a preparação da privatização vai continuar. Ribeiro deve anunciar a saída de mais quatro vice-presidentes.

 

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