Quinta, 18 Março 2021 19:35

André Brandão pede demissão e deixa presidência do Banco do Brasil

Executivo que trabalhou no HSBC é mais um nome do mercado que deixa direção de estatal após o mesmo ocorrer na Petrobras
Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e André Brandão. Na avaliação do Sindicato o risco de privatização continua mesmo com a mudança da direção do BB Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e André Brandão. Na avaliação do Sindicato o risco de privatização continua mesmo com a mudança da direção do BB Foto: Estadão

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O presidente do Banco do Brasil André Brandão, pediu demissão em carta

entregue ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da economia, Paulo Guedes, segundo informação divulgada em Fato Relevante do BB. A oficialização da saída do executivo aconteceu no início da noite desta quinta-feira, dia 18 de março. Homem ligado ao mercado financeiro, Brandão deixou a chefia do Global Banking e Markets para as Américas do banco inglês HSBC para assumir a presidência do BB, onde ficou menos de um ano.

Na verdade, sua saída já era esperada, pois Bolsonaro sinalizou que iria intervir na direção das estatais, como fez na Petrobras, pois estava preocupado com a repercussão eleitoral negativa do anúncio do dirigente do banco de que iria demitir pelo menos cinco mil funcionários e fechar agências e isso há um ano e sete meses das eleições presidenciais de 2022.

Saída anunciada

Após ter anunciado a demissão do executivo em janeiro deste ano, o presidente da República voltou atrás após pressão do ministro Paulo Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, representantes do cartel dos bancos que comandam a política econômica do governo. Mas a saída do executivo já estava sendo especulada desde que Bolsonaro interviu na Petrobras indicando o general da reserva Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco na petroleira, outro nome do mercado que saiu do governo.

Campanha dos bancários

Nos bastidores, fala-se que, na verdade, Brandão já estava com os dias contados e para evitar a demissão que era inevitável, ele teria aceitado uma saída  “mais honrosa”, pedindo a demissão.

“A pressão dos bancários com campanha nas redes sociais teve um papel importante na saída de um executivo do sistema financeiro privado da direção do BB, mas não podemos nos iludir porque sabemos de que lado o governo Bolsonaro está, dos banqueiros. Acredito que a ameaça de demissão de milhares de trabalhadores e de privatização do banco vão continuar seja quem for o novo presidente, por isso, a mobilização da nossa categoria precisa continuar em defesa dos bancos públicos, até porque o desmonte do banco está a todo vapor”, avalia o diretor da Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato dos Bancários do Rio, José Henrique.

 

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