Terça, 09 Março 2021 23:02

Aprovar acordo tem como prioridade impedir descontos nos salários e comissões

Sindicato destaca ainda que a aprovação da proposta permite continuidade da luta nas demais demandas dos funcionários
 A plenária permitiu debates preliminares importantes para os funcionários do BB que vão deliberar sobre o acordo emergencial de prevenção à Covid-19 da empresa, em assembleia nesta quarta-feira (10) A plenária permitiu debates preliminares importantes para os funcionários do BB que vão deliberar sobre o acordo emergencial de prevenção à Covid-19 da empresa, em assembleia nesta quarta-feira (10)

O Sindicato dos Bancários do Rio defende a aprovação do acordo emergencial de prevenção à Covid-19 proposto pelo Banco do Brasil, fato que foi defendido por dirigentes sindicais na plenária online realizada nesta terça-feira, dia 9 de março. A prioridade, segundo a entidade sindical e o Comando Nacional dos Bancários é impedir descontos nos salários e comissões dos funcionários. “Não queremos que os bancários sejam descontados. O BB se nega a discutir a reestruturação, que foi apresentada à Comissão de Empresa dos Funcionários sem nenhuma negociação e sequer nos repassou informações mais detalhadas e transparentes sobre o tema, mas apenas referências genéricas”, disse a diretora do Sindicato e membro da CEE/BB, Rita Mota.
Lembrou ainda que ninguém imaginava que a pandemia iria ser tão demorada, estendendo a crise sanitária e que, num primeiro momento, o BB concedeu férias antecipadas para reduzir as aglomerações nas unidades físicas, conforme previsão de decreto governamental e, em seguida, o trabalho remoto passou a ser uma solução necessária para evitar prejuízos nas horas negativas dos trabalhadores.

Mobilização vai continuar

Rita lembrou ainda que a aprovação do acordo não impede que as demais demandas dos empregados continuem a ser debatidas com o banco, bem como a mobilização dos bancários e as negociações com o BB.
“Aprovar o acordo não impede que possamos tratar de questões como, por exemplo, da anistia, como é o caso do pessoal da área de apoio e outras demandas do funcionalismo. Algumas questões, inclusive, poderão ser levadas para o campo jurídico”, acrescentou.
A mobilização digital dos funcionários tem sido um instrumento importante de luta da categoria, especialmente em função das limitações da presença física por causa da pandemia e vai continuar a ser utilizada, através de tuitaços e mapas virtuais. Campanhas dos trabalhadores do BB no Twitter chegaram a ficar entre os assuntos mais comentados na rede social.
A dirigente informou ainda que em reunião com a CEE/BB, os representantes da empresa garantiram que não é orientação do banco a colocação do trabalhador em home office relacionada às metas impostas pelo banco. No Rio de Janeiro, têm chegado várias denúncias ao Sindicato de pressão por metas em plena pandemia.
“A orientação é denunciar ao Sindicato casos de assédio moral ou constrangimento para levamos estes casos para a Gepes - Gerência de Pessoas”, ressalta.
Os bancários estão sendo orientados, sempre que possível, a documentar quando os gestores se negarem a colocar o empregado em trabalho remoto por solicitação do funcionário e em várias outras questões que gerem prejuízo para os trabalhadores.
“Com a calamidade da saúde pública no estado é preciso avaliar caso a caso, por isso é importante que o bancário guarde emails e documentos para dar materialidade em casos da necessidade de futuros questionamentos judiciais”, explica o diretor do Sindicato Roberto André.

Sindicato está na base

A delegada sindical Patrícia Vale, a diretora do Sindicato Luciana Vieira e o bancário da base, Rodrigo da Silva criticaram a falta de um debate mais amplo com a base da categoria e defenderam a rejeição da proposta do banco.
Fernanda Carísio rebateu, dizendo que tem havido debate com os empregados, apesar das dificuldades de mobilização em função da pandemia e do grande número de bancários trabalhando em home office.
“Nunca realizamos tantas plenárias, quase toda a semana, além de assembleias e duas paralisações, porém a conjuntura desta pandemia e a grande presença de trabalhadores em home office não favorecem para a intensificação das atividades presenciais de mobilização dos bancários”, disse, defendendo a aprovação do acordo.
Carísio, que preside a comissão eleitoral, destacou ainda a importância da eleição do Sindicato, que apesar de chapa única (Unidade na Luta), precisa ser legitimada pela participação em massa da categoria. A votação acontece de 12 a 15 de abril de 2021 e será feita por meio virtual, para evitar aglomerações em função da pandemia e possibilitar a participação do maior número possível de pessoas aptas a votar.
No final da plenária foi realizada uma votação simbólica da proposta, que será votada oficialmente pelo funcionalismo na assembleia online desta quarta-feira, dia 10 de março, das 8h às 20h: 64,9% votaram pela aprovação e 29,7% pela rejeição.
O link para participação na assembleia será disponibilizado no site do Sindicato.

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