Segunda, 01 Fevereiro 2021 14:16

Funcionários do BB definem próximos passos da luta contra o desmonte

Rita Mota, da CEBB e diretora do Sindicato, durante assembleia que aprovou paralisação Rita Mota, da CEBB e diretora do Sindicato, durante assembleia que aprovou paralisação

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Imprensa SeebRio

A Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) vai se reunir nesta terça-feira (2/2) para fazer uma avaliação mais detalhada da paralisação nacional contra o desmonte no último dia 29. Na ocasião definirá os próximos passos da mobilização. Diretora do Sindicato e integrante da CEBB, Rita Mota falou da importância da greve de 24 horas, classificando-a como um passo importante para o fortalecimento da luta contra a imposição do desmonte.

A paralisação contou com a participação dos funcionários de prédios administrativos, agências, postos de atendimento e agências de negócios de todo o país. O objetivo do movimento foi fortalecer a luta nacional contra a chamada ‘reestruturação’ do BB e mostrou a disposição do funcionalismo de barrar o desmonte, preparatório da privatização, e exigir a abertura de negociação.

Outro objetivo foi aumentar o desgaste do governo ao chamar a atenção da opinião pública e trazer para o debate nacional a denúncia sobre os efeitos negativos do plano e seus reais interesses. Entre estes efeitos estão os prejuízos impostos aos funcionários do BB, seja pela redução de 5 mil postos de trabalho e o corte dramático da remuneração em todos os níveis, o que, somado ao fechamento de quase 400 agências e a transformação de 300 outras em postos de atendimento, aumentará o caos no atendimento à população neste momento grave de pandemia.

Mobilização permanente

A mobilização contra o desmonte teve início no dia 15 de janeiro, após a CEBB ter aprovado, no dia 13, um calendário de mobilizações contra o desmonte. O calendário previa mobilizações permanentes começando por um Dia Nacional de Luto, em 15 de janeiro; passando por mobilizações no Dia Nacional de Luta e Luto, em 21 de janeiro; e pela deflagração da greve de 214 horas, no último dia 29.

O anúncio do desmonte foi sumário, feito ao mercado em 11 de janeiro, imposto aos funcionários e divulgado como uma forma de economizar e ampliar o modo de funcionamento do banco ao esquema digital. Mas, na verdade, como já se viu em outras empresas estatais ou de economia mista, trata-se de um enxugamento da estrutura física, cortes de postos de trabalho e salariais profundos e de direitos, preparatórios da privatização tão almejada pela banca privada, que dita a política econômica do governo Bolsonaro.

Não foi à toa que Paulo Guedes escolheu o CEO do HSBC para a América Latina, André Brandão, para substituir Rubem Novaes, na presidência do BB. Um executivo sem nenhum vínculo com o setor público com experiência somente no setor privado que, já com o desmonte, está privatizando, na prática, o banco, ao ceder espaço para os bancos privados. Seguindo o comportamento desumano de Bolsonaro e Paulo Guedes, ignorou as necessidades da população e em plena pandemia reduziu a remuneração, através do corte de comissões de função, e o número de agências.

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