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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Foto: Nando Neves
Imprensa SeebRio
Quem lê o título acima pode imaginar que talvez seja um exagero, tal o absurdo que seria a diretoria de um banco público como o Banco do Brasil, tomar medidas que aumentam perigosamente a exposição de funcionários a um alto risco de contaminação pelo vírus que virou pandemia e que, só no Brasil, já matou 216 mil pessoas. Mas é isto o que vem acontecendo de verdade.
Como parte da política do ‘se colar, colou’ na semana passada funcionários do grupo de risco que estavam em casa e que iriam compensar este tempo no banco de horas negativo, foram, de uma hora para a outra, comunicados pelo banco por um aplicativo de mensagens de celular a trabalhar remotamente. Nada demais se a entrega dos equipamentos fosse feita da mesma forma para todos, mas alguns receberam na residência e outros foram chamados a buscá-los na agência, ficando expostos ao risco de contaminação. Os que estavam neste segundo grupo teriam, ainda, que arcar com o custo do transporte.
Em outra decisão, esta, igualmente absurda e sem qualquer justificativa, a direção do BB decidiu convocar para o chamado trabalho presencial, a partir desta terça-feira (26/1), os que estavam fazendo as suas funções remotamente. Novamente, a convocação feita na semana passada por um aplicativo de mensagens e não pelos meios oficiais do banco, pegou a todos de surpresa, pelo prazo ínfimo e pela falta de motivos aceitáveis.
“Se o funcionário estava trabalhando remotamente, ou seja, produzindo para o BB, e, ao mesmo tempo se protegendo contra a contaminação pelo covid-19, não há o menor sentido esta convocação que coloca centenas de pessoas em alto risco, num momento de novo pico da doença, sobretudo no Rio de Janeiro”, criticou a diretora do Sindicato e da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), Rita Mota.
O Sindicato foi cobrar explicações à Gerência de Pessoas, ao PSO e à Cenop. Mas somente a Gepes recebeu dirigentes da entidade. Assegurou que a orientação era para que os equipamentos fossem entregues às pessoas do grupo de risco que passariam a fazer o trabalho remoto. E que, no caso da convocação para o presencial, estava aberta a possibilidade de flexibilização do prazo para a apresentação.
“No entanto, o que verificamos foi que várias pessoas foram instadas a apanhar os equipamentos na agência e por meios próprios e que o prazo para o retorno às agências de quem estava em home office era esta terça-feira, e ponto final. Em ambos os casos, as convocações são, no mínimo, uma inconsequência, para não classificar como irresponsabilidade para com a vida dos funcionários”, afirmou Rita. Para a dirigente, estas medidas, assim como o desmonte, seguem a mesma linha de desrespeito e aparente perseguição ao funcionalismo. “Não podemos aceitar calados”, afirmou.