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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Exatamente na semana em que as estatísticas mostram a volta do aumento da transmissão do novo coronavírus no país, a diretoria do Banco do Brasil anunciou, repentinamente, a ampliação do horário de atendimento nas agências, que era de 10 às 14 horas, passando para de 9 às 15 horas. O comunicado sobre a alteração foi feito em cima da hora, na sexta-feira última, para entrar em vigor nesta terça-feira, após o feriado.
A diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários, Rita Mota, criticou a mudança, que expõe ainda mais ao contágio em função da permanência por um tempo maior no trabalho, e também do transporte coletivo mais cheio. Lembrou que o momento não poderia ser pior para a extensão. A modificação reflete a recusa do governo Bolsonaro em reconhecer a gravidade da doença, colocando em risco a vida da população.
Segundo dados divulgados pelo Imperial College de Londres, que acompanha a pandemia no mundo todo, após cinco semana abaixo de 1 ponto a taxa de transmissão do covid-19 (Sars-CoV2), voltou a subir. O relatório mostra que o índice agora está em 1,01. Os dados levam em conta a média das estimativas de mortes na comparação das duas semanas.
Extensão agrava o contágio
Pelas estatísticas, essa taxa pode ser maior (até Rt = 1,09) ou menor (até Rt = 0,92). Simbolizando o potencial de propagação de um vírus: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança. É o que está acontecendo exatamente agora, quando o BB impõe a permanência maior de contato com o público, o que só agrava o risco de contaminação.
Rita lembrou que o Brasil tem mais de 160 mil mortes desde o início da pandemia, E que este número é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O total de casos de Covid-19 no Brasil já passa de 5,5 milhões.
Sobrecarga e outras doenças
A Comissão de Empresa dos Funcionários está analisando a medida junto com o Comando Nacional dos Bancários para decidir que providências tomar. A dirigente enfatizou a necessidade da diretoria do BB repensar a mudança de horário. “Tem que pesar nesta avaliação, além do maior risco de contágio da covid-19, a ocorrência de outras doenças que podem surgir em função do aumento da sobrecarga de trabalho a que estão submetidos os funcionários, em menor número nas agências, e que agora passaram a ter que atender mais clientes ainda”, alertou.
Criticou, também, a forma atropelada e desrespeitosa como a medida foi imposta, sem diálogo com os sindicatos e a Contraf-CUT, apesar de se tratar de uma mudança que pode ter efeitos graves para a saúde e a vida dos funcionários. “Vamos procurar o banco e cobrar a reversão. A extensão pegou de surpresa, ainda, os funcionários que só foram informados na sexta-feira, do aumento da carga horária. Foi tudo feito de forma açodada, acabando por ir contra o fato de que este é o pior momento para uma medida como esta”, afirmou Rita Mota.
BB nega relação meta-teletrabalho
O Banco do Brasil não está orientando os gestores a tirar do teletrabalho os funcionários que não baterem metas de venda de produtos. A informação foi dada por representantes da Gestão de Pessoas (Gepes), Superintendência Rio e Plataforma de Serviços Operacionais (PSO), na quinta-feira, em reunião com sindicatos, entre eles, o da cidade do Rio de Janeiro (SeebRio).
A ameaça vinha sendo feita por determinados gestores a funcionários que trabalham à distância, inclusive de retirá-los deste sistema e colocá-los de férias ou no esquema de contagem de horas negativas a serem cobradas posteriormente. “O banco foi bem explícito ao negar esta prática que, no nosso entender, consiste em assédio moral coletivo. Além de ser cruel por ser imposta em plena pandemia não tem nenhuma relação com metas. O teletrabalho é, isto sim, uma forma preventiva de preservação da saúde e da vida, fazendo parte dos protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS), seguidos à risca em todo o mundo”, frisou Rita Mota.
Segundo o banco, a única solicitação foi para que escriturários fizessem contato com clientes, mas não para a venda de produtos. Ou seja, sem ter relação com metas.