Sexta, 02 Outubro 2020 18:31

BB descumpre Convenção Coletiva e ACT ao impor ranking de metas

Ranking é proibido por expor os funcionários, gerar concorrência entre colegas e causar danos à saúde Ranking é proibido por expor os funcionários, gerar concorrência entre colegas e causar danos à saúde

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Imprensa SeebRio

A diretoria do Banco do Brasil decidiu escancarar a pressão sobre os funcionários para que cumpram as metas de vendas exigidas por ela. Para atingir seu objetivo criou um programa com o sugestivo nome “Tô ligado” que não deixa dúvidas quanto à sua intenção de advertir, de maneira institucional, que ‘está de olho’ e monitorando a ‘performance’ de cada um, evidenciando uma situação de assédio moral coletivo, ao estabelecer um ranking de resultados, prática proibida pela cláusula 39ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária e pelo acordo coletivo de trabalho específico do BB.

Em ofício enviado ao banco, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) exigiu o cumprimento da cláusula 39ª, que define que os bancos, no monitoramento de resultados, não exporão publicamente o ranking individual dos funcionários. A cláusula 23ª do acordo específico também proíbe a divulgação via ranking individual. Pelo “Tô ligado”, o BB expõe os nomes de seus funcionários no sistema de Classificação do Programa de Desempenho Gratificado (PDG), alerta o ofício.

“O ranqueamento expõe os funcionários, e é ilegal, porque desrespeita o acordo e a Convenção, e estimula a concorrência entre os próprios colegas, gerando uma situação danosa para o trabalho, de elevação ainda maior do estresse, servindo para impactar de forma direta a saúde de todos”, frisou Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Acrescentou que o Sindicato vai acompanhar o caso e tomar as medidas necessárias para que as cláusulas acordadas sejam cumpridas. Orientou os funcionários a denunciar não só situações de ranqueamento, quanto outras formas de assédio. As denúncias devem ser feitas à Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato (2103-4122/2103-4123), de 11 às 14 horas, ou pelo chat do site da entidade (www.bancariosrio.org.br). Para acessar, basta clicar no ícone azul do lado direito do site.

Rita lembrou que a proibição do ranking público era uma demanda antiga dos bancários do BB e dos demais bancos. O coordenador da Comissão, João Fukunaga, lembrou que foi conquistada na Campanha Nacional dos Bancários de 2011 para reduzir o assédio moral e cobranças excessivas, que levavam ao adoecimento. “Vamos continuar defendendo saúde e melhores condições de trabalho para os funcionários”, disse. Exigiu que o banco responda formalmente o ofício, indicando a responsabilização pela determinação do procedimento.

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