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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Destravar a negociação. Este é o principal objetivo a ser alcançado na negociação desta sexta-feira (28/8) entre a Comissão de Empresa dos Funcionários e os representantes da diretoria do Banco do Brasil. Destravar porque, até aqui, o BB se restringiu a propor cortar direitos do acordo específico, seguindo a política de Bolsonaro e Paulo Guedes de desmonte do Estado e, no caso do banco, de preparação da privatização, via enxugamento da folha.
A reunião estava pautada para começar às 11 horas. Mas o BB pediu que tivesse início um pouco depois. E ainda não havia começado até o meio-dia.
A reinvindicação dos funcionários é de atualização do ACT, sem nenhum direito a menos. Mas o BB tem sido intransigente e insistido, como fez na rodada anterior, desta quinta-feira (27/8), na mesma ladainha de redução da PLR, fim dos três ciclos de avaliação para descomissionamento e da possibilidade de venda dos abonos. Todas são retrocessos inaceitáveis, motivo pelo qual foram rejeitados em mesa pela Comissão de Empresa dos Funcionários.
Estado de greve
“Esperamos que o banco reveja os retrocessos propostos. Os bancários estão muito insatisfeitos com o que foi apresentado e querem a renovação e atualização do acordo em vigor”, afirmou Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão dos Funcionários. Como o BB até aqui insiste no corte de direitos, e há impasse também na negociação na mesa única da Fenaban, os funcionários dos bancos privados e públicos, como o do Brasil e da Caixa Econômica Federal, estão em estado de greve.
Corte de direitos
O banco quer alterar a regra de cálculo, o que não se justifica. Pela regra atual já haverá uma redução na PLR. Com a alteração, a perda será dupla.
Na verdade, a direção do BB quer cortar gastos, na pele dos funcionários, seja para fazer caixa para o Tesouro pagar os bancos credores, seja para preparar a privatização tão sonhada por Guedes e seus sócios. A proposta apresentada pela direção do banco na negociação de segunda-feira 24 e reforçada na quinta-feira, reduz a distribuição do lucro líquido, de 4% para 2%.
A redução da PLR para os salários de ingresso chega a 42%. Vale lembrar que há anos a PLR do BB é composta pelo módulo Fenaban – uma parcela fixa – e o módulo Banco do Brasil, constituído pela distribuição de 4% do lucro líquido de forma linear (igualitária) para todos.
A direção do BB voltou a bater na tecla de acabar com os três ciclos avaliatórios da Gestão de Desempenho Profissional (GDP). Propõe apenas um ciclo avaliatório negativo para que haja descomissionamento. É mais arrocho nos vencimentos.
Até aqui, vem insistindo, ainda, em propor que os cinco abonos a que o funcionalismo do BB tem direito há anos não sejam acumuláveis e nem possam ser transformados em pecúnia. Pela proposta, os abonos teriam de ser utilizados no período de um ano, e os trabalhadores teriam obrigatoriamente de utilizá-los como folga. Atualmente, os cinco abonos a que os funcionários têm direito podem ser acumulados e vendidos (transformados em pecúnia). A verdade é que os funcionários não conseguem folgar os cinco dias, daí a venda.
Outra proposta repetida, também na negociação de quinta, foi o registro no sistema do intervalo de 15 ou 30 minutos para quem cumpre jornada de seis horas. A Comissão de Empresa dos Funcionários quer o reconhecimento dos 15 minutos ou dos 30 minutos de intervalo dentro da jornada de seis horas, como ocorre atualmente na Caixa.