Quinta, 27 Agosto 2020 18:50

BB segue política de Bolsonaro e Guedes de retirada de direitos

Banco quer cortar na pele dos funcionários Banco quer cortar na pele dos funcionários

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Imprensa SeebRio

A diretoria do Banco do Brasil segue a política do governo Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes de retirar direitos dos funcionários, como forma de enxugar a folha de pagamentos e preparar a privatização. Na rodada de negociação desta quinta-feira (27/8), voltou a insistir na mesma surrada ladainha de redução da PLR, fim dos três ciclos de avaliação para descomissionamento e da possibilidade de venda dos abonos. Todas são retrocessos inaceitáveis no acordo coletivo de trabalho específico e, sendo assim, foram rejeitadas em mesa pela Comissão de Empresa dos Funcionários.

A reivindicação é de atualização do ACT, sem nenhum direito a menos. No único avanço apresentado na negociação, a direção do BB comprometeu-se a discutir a situação dos funcionários oriundos de bancos incorporados com a implantação de uma mesa específica para tratar do tema ainda este ano. E só. O resto foi só retrocesso.

Rita Mota, integrante da Comissão dos Funcionários e da diretoria do Sindicato, condenou o corte de direitos. Em relação à GDP criticou a contradição existente: “A proposta de redução de três ciclos avaliatórios para um, na GDP, para o descomissionamento, é contraditória, pois, a ferramenta objetiva a gestão do desenvolvimento profissional. Não faz sentido, transformá-la em instrumento que passaria a ser meramente punitivo”, argumentou. Disse que as propostas de PLR menor – o banco quer cortar 50% no programa próprio – de proibição da venda de abonos e redução de ciclos de avaliação são descabidas e inaceitáveis.

PLR – A alteração na regra de cálculo não se justifica. Pela regra atual já haverá uma redução na PLR. Com a alteração, a perda será dupla. Na verdade, a direção do BB quer cortar gastos na pele dos funcionários, seja para fazer caixa para o Tesouro pagar os bancos credores, seja para preparar a privatização tão sonhada por Guedes e seus sócios. A proposta apresentada pela direção do banco na negociação de segunda-feira 24, e reforçada nesta quinta-feira 27, reduz a distribuição do lucro líquido, de 4% para 2%. A redução da PLR para os salários de ingresso chega a 42%. Vale lembrar que há anos a PLR do BB é composta pelo módulo Fenaban – uma parcela fixa – e o módulo Banco do Brasil, constituído pela distribuição de 4% do lucro líquido de forma linear (igualitária) para todos os trabalhadores.

GDP – Também como parte da política de enxugamento da folha, a direção do BB voltou a bater na tecla de acabar com os três ciclos avaliatórios da Gestão de Desempenho Profissional (GDP). Propõe apenas um ciclo avaliatório negativo para que haja descomissionamento. É mais arrocho nos vencimentos. 

Abonos – Insistiu em propor que os cinco abonos a que o funcionalismo do BB tem direito há anos não sejam acumuláveis e não sejam transformados em pecúnia. Pela proposta, os abonos teriam de ser utilizados no período de um ano, e os trabalhadores teriam obrigatoriamente de utilizá-los como folga.  Atualmente, os cinco abonos a que os funcionários têm direito podem ser acumulados e podem ser vendidos (transformados em pecúnia). 

Intervalo da jornada – Outra proposta repetida na negociação desta quinta-feira foi o registro no sistema do intervalo de 15 ou 30 minutos para quem cumpre jornada de seis horas. A Comissão de Empresa dos Funcionários quer o reconhecimento dos 15 minutos ou dos 30 minutos de intervalo dentro da jornada de seis horas, como ocorre atualmente na Caixa.

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