Sexta, 07 Agosto 2020 21:27

Comissão cobra concurso para novas contratações no BB

 

 

Olyntho Contente

SeebRio

Na segunda rodada de negociações da minuta do acordo específico com o Banco do Brasil, nesta sexta-feira (7/8) que versou sobre o tema emprego, a Comissão de Empresa dos Funcionários reivindicou novas contratações via concurso público, frente à realidade da existência de um déficit significativo e crescente de pessoal. Segundo dados do próprio banco, desde junho de 2019 houve uma redução de 3.794 postos de trabalho e o fechamento de 344 agências e 17 postos de atendimento. Ao final de junho último, o BB contava com apenas 92.474 funcionários, insuficiente para atender à demanda.

“Existe uma necessidade urgente, já há muitos anos, de novas contratações, que, a nosso ver, não pode ser feita através de terceirizações ou correspondentes bancários que consideramos interposição fraudulenta de mão de obra, mas de concurso público”, enfatizou Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão. Os representantes do BB sinalizaram positivamente com a aceitação da manutenção de várias cláusulas, entre elas, as das mesas temáticas já existentes, como as de negociação permanente, sobre funcionários de bancos incorporados e a de teletrabalho e escritórios digitais.

“O BB se propôs a analisar estas propostas com a implementação das mesas em 90 dias após a assinatura do ACT. Reivindicamos um prazo menor”, explicou a dirigente. Foi reivindicada, também, a criação de novas mesas, entre elas a emergencial de covid-19. Os gestores estão propondo que pessoas do grupo de risco voltem ao trabalho mediante avaliação médica e ameaçando funcionários do grupo de risco que estão em home office, alegando que se estes não cumprirem metas deixarão o home office e serão incluídos no grupo que está acumulando horas negativas a serem compensadas. Também existe falta de EPIs, que não estão chegando em todos os locais.

A Comissão também fez reivindicações em relação ao Performa, ao GDP e a continuidade do mesmo critério de contagem do tempo para carreira de mérito, mesmo quando o trabalhador estiver em licença acidente de trabalho. Também cobrou a constituição de uma mesa específica para tratar dos funcionários com deficiência.

As próximas mesas de negociação serão sobre saúde e outra sobre Igualdade e cláusulas sociais. Mas ainda estão sem data definida.

MP

A representação dos funcionários também levantou a preocupação a respeito de uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre as carreiras técnicas do BB, como engenheiros e profissionais de tecnologia da informação. O banco efetua a contratação de todos os funcionários como escriturários e promove ascensão na carreira por meio de seleção interna.

A Justiça, em segunda instância, reconheceu a inconstitucionalidade deste tipo de contratação. A Comissão quis saber do interesse do banco em dar continuidade à ação. O banco disse que sim e que existe a possibilidade de recorrer da decisão na instância superior. Ressaltou que sempre foi sua opção haver uma carreira única e que atualmente não existe a possibilidade de se comprometer com a criação de carreiras específicas. Mas, que não há impedimento para nomeação de acordo com as especializações de cada funcionário.

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