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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Em palestra no 31º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, a economista do Dieese Bárbara Vallejo, assessora da Contraf-CUT, classificou como irracional a intenção do governo Bolsonaro de privatizar o BB. “Na crise, houve uma redução ainda maior do crédito por parte dos bancos privados, ficando os bancos públicos com a tarefa de financiar a juros menores, as micro, pequenas e médias empresas e a agricultura, num programa especial durante a pandemia. Os bancos públicos são vitais para a retomada da economia, porque já ficou comprovado que os privados não têm interesse em participar deste processo. É uma irracionalidade querer privatizar, num momento em que o país mais precisa dos bancos oficiais, como o BB e a CEF”, criticou.
Mostrou um estudo – elaborado por ela em conjunto com outros técnicos do Dieese – em que os bancos públicos, em 2019, aparecem como responsáveis por 47% de todo o crédito ofertado no país, sendo que nas regiões mais pobres, que geram menos lucros, este percentual foi maior, porque não interessam ao setor privado: 90,9%, na Região Norte, e 84,8¨%, na Região Nordeste. A única região onde a oferta somada de todos os bancos privados é maior do que Caixa e BB, é a Sudeste, onde o lucro é maior. Mesmo assim, CEF e BB somam 30,7% do crédito nesta região. O BB sozinho é responsável por 20% de todo o crédito concedido no país, sendo, por exemplo, 43,9% na região Nordeste e 55,3%, na Região Centro-Oeste. Os bancos públicos são responsáveis também por 70,9% do crédito rural em todo o país e, mesmo na Região Sudeste, este percentual chega a 62,6%. Destes, 67% correspondem ao BB.
Na pandemia
Lembrou que, durante a pandemia, além do auxílio-emergencial, que teve na Caixa o principal agente, os bancos públicos liberaram R$ 3,2 bilhões para as micro, pequenas e médias empresas, com taxa Selic (1,25%) mais 3,5% ao ano. “Aos bancos privados este programa não interessou, porque se trata de salvar pequenas empresas com rentabilidade ínfima. Por isto mesmo, só duas instituições estão operando esta importante linha de crédito que evita a falências de mais empresas: o Banco do Brasil (59,6%) e a Caixa Econômica Federal (40,4%). O mesmo vai acontecer para retomar a economia. Por isto a privatização é uma irracionalidade”, frisou.
Capilaridade nacional
A economista acrescentou que para a retomada da economia e o combate à crise, o Banco do Brasil é importante devido à sua capilaridade, estando presente em quase todos os municípios: 34% não têm agências bancárias. Se não fossem os bancos públicos, este percentual seria de 60%. Com isso, o BB leva crédito a todo o Brasil, a vários segmentos da sociedade e ao setor produtivo, além de assessorar os clientes o que é fundamental principalmente no interior.
O BB é importante também para capitalizar o Estado brasileiro com seus lucros. “De 2000 a 2019 o banco gerou R$ 316 bilhões em dividendos. Deste, 13%, R$ 55,3 bilhões foram repassados ao Estado”, citou.