Domingo, 12 Julho 2020 13:43

Congresso dos Funcionários do BB aprova manutenção do acordo específico

À esquerda, a João Fukuinaga, da Comissão de Funcionários, e à direita, Fernanda Lopes, da Contraf-CUT, durante a aprovação da minuta do acordo específico À esquerda, a João Fukuinaga, da Comissão de Funcionários, e à direita, Fernanda Lopes, da Contraf-CUT, durante a aprovação da minuta do acordo específico

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Logo após a abertura, onde foram feitas pelos dirigentes de entidades de vários estados avaliações da conjuntura do país, considerada extremamente difícil, foram aprovados, na manhã deste domingo (12/7), pelo 31° Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, de forma virtual, o seu regimento interno e a minuta a ser entregue ao BB, que reivindica a manutenção do atual acordo específico. A proposta foi encaminhada à votação virtual pela Contraf-CUT e Comissão de Empresa dos Funcionários, sendo aprovada por 139 votos, contra três, além de 15 abstenções.

Nos debates entre as várias forças políticas presentes no funcionalismo do BB houve divergências em relação a alguns pontos, mas concordância em pelo menos três mais importantes: fortalecer a unidade da categoria em torno da manutenção dos direitos, tanto nos acordos específicos, quanto os que constam da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), cuja minuta será aprovada na Conferência Nacional dos Bancários; mesa única de negociação com a presença de bancos públicos e privados; e defesa dos bancos públicos – BB, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste – ampliando o diálogo com a sociedade sobre a importância desta instituições públicas para o desenvolvimento do país, principalmente no financiamento da retomada da atividade econômica aprofundada pela pandemia do novo coronavírus. E mostrar que os bancos privados não estão dispostos a cumprir esta função, tendo, pelo contrário, reduzido e encarecido o crédito.

Guedes e a doação ao BTG

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários, João Fukunaga, frisou que mesmo tendo os bancos públicos demonstrando nesta pandemia a sua importância no apoio à população, via auxílio-emergencial, e através do financiamento a empresas de vários setores, evitando que fosse maior o número de falências, o governo Bolsonaro e o presidente do BB, Rubem Novaes, de maneira irresponsável, insistem em defender a privatização do BB e demais bancos públicos. O dirigente frisou que estes bancos serão fundamentais também na retomada da economia e dos empregos no pós-pandemia é que é uma insanidade querer entrega-los ao setor privado.

Condenou a cessão da carteira de crédito do BB, de R$ 2,19 bilhões ao BTG-Pactual do ministro da Economia Paulo Guedes. Enfatizou que esta negociata faz parte do projeto de privatização em camadas do banco, e mostra que o interesse do governo é entregar o BB para aumentar os lucros do setor privado, sendo este um verdadeiro crime contra o país.
Luciana Bagno, da Fetraf de Minas Gerais, afirmou que só a unidade vai permitir aos funcionários do BB e aos demais bancários, conter as investidas do governo antidemocrático de Bolsonaro contra os direitos e à vida dos trabalhadores. “Nosso objetivo aqui neste congresso é sair fortalecidos para enfrentar os múltiplos desafios que temos pela frente, a começar pela manutenção do nosso acordo específico, da CCT, da mesa única e dos nossos direitos na Previ e na Cassi que também estão ameaçados por este governo”, afirmou.

A economista do Dieese, assessora da Contra-CUT, Bárbara Vallejos fez uma palestra sobre a importância dos bancos públicos para a atividade econômica. E classificou como insanidade a insistência de Gues e Bolsonaro em privatizar o Banco do Brasil e a CEF, ainda mais neste momento, em que os bancos públicos são os únicos capazes de financiar a retomada da economia, a retirá-la da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. “As bancos privados não interessa dar crédito num momento de crise”, explicou.

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