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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Sem qualquer compromisso com a sociedade brasileira, mas sim com os bancos e grandes grupos econômicos transnacionais que representa, o banqueiro e ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a insistir com veemência, na entrega do Banco do Brasil ao setor privado. “Vamos vender rápido essa porra do BB’, disse Guedes, na reunião ministerial do dia 22 de abril, cuja gravação se encontra em poder do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte da investigação sobre as acusações de interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal que podem levá-lo ao impeachment por obstrução de Justiça e crime de responsabilidade.
O teor da fala de Guedes foi divulgado pela coluna da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo. A venda do BB a curto prazo vem sendo desmentida pelo governo, mas o vazamento mostra o quanto esta possibilidade é concreta, vem sendo debatida pela administração Bolsonaro e defendida por Guedes. A mesma ameaça também paira sobre a Caixa Econômica Federal, o BNDES e demais empresas públicas, como parte da política neoliberal do Estado mínimo do governo. Na reunião, o ministro teria dito ainda: “A gente faz a mesma coisa com a Caixa e o BNDES.
Crime contra a sociedade
Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, criticou a fala do ministro cujo teor de baixo calão deixa evidente a sua falta de compromisso para com o patrimônio público e a sociedade, principalmente num momento de crise devido à pandemia. “Ao banqueiro Paulo Guedes pouca importa o papel fundamental que o Banco do Brasil, a Caixa e o BNDES desempenham como fomentadores do desenvolvimento econômico e social do país, e, nesse momento, ajudando a evitar a falência de empresas e minimizar os custos causados à população pela pandemia do novo coronavírus”, afirmou.
A dirigente acrescentou que para a sociedade não interessa a venda de um banco público. A operação seria um desastre, acarretando o fim dos investimentos a juros menores em setores estratégicos, barrando a geração de desenvolvimento, emprego e renda. “A venda do BB e da Caixa só interessa aos donos dos grandes bancos privados que vão enriquecer ainda mais com isto, ampliando seus negócios e aumentando a concentração de renda em suas mãos e a desigualdade social”, denunciou
Outro risco apontado pela diretora é o da demissão em massa. “A lógica dos bancos privados é o de lucrar não interessa como, seja explorando ao máximo os clientes, aumentado juros e tarifas, seja demitindo em massa os funcionários, como vimos acontecer em todas as privatizações até hoje”, alertou.
Lembrou que Guedes deveria ser impedido de defender a alienação do patrimônio público, já que está sendo investigado de participação em operações irregulares. É suspeito ser sócio oculto de uma vasta rede de bancos e fundos de pensão em negócios com o governo federal e de participar de um esquema de lavagem de dinheiro através da empresa GPG, de sua propriedade.