Segunda, 27 Abril 2020 20:15

Banco do Brasil usa MP de Bolsonaro para impor férias em plena pandemia

 A diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos funcionários criticou o BB por se utilizar de regras da MP 927 que não são impositivas às empresas A diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos funcionários criticou o BB por se utilizar de regras da MP 927 que não são impositivas às empresas

Vem causando grande angústia entre os funcionários a decisão unilateral da diretoria do Banco do Brasil de usar as férias vencidas, a vencer, folgas, abono e banco de horas para abater o tempo de quem, para evitar a contaminação pelo novo coronavíris, está à disposição do BB cumprindo o isolamento social determinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde. São pessoas do grupo de risco (com mais de 60 anos, ou portadoras de doenças respiratórias, hipertensão, diabetes, renais e os que usam medicação imunossupressora) que, de uma hora para a outra, veem o banco queimar direitos sem necessidade, impondo um elemento a mais de estresse e adoecimento num momento em que todas as pessoas convivem com o pânico de contrair a Covid-19. O aviso de férias tem que ser feito com antecedência de apenas 48 horas.

MP não impõe regras

Rita Mota, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa, frisou que o banco, mesmo com todos os funcionários à sua disposição, no dia 7 de abril, decidiu impor a compensação, passando a considerar o tempo de afastamento como não trabalhado.
“Além das férias e das folgas em função do abono, ou não – que poderiam ser vendidas, causando também uma perda salarial – o BB, com base na Medida Provisória 927, do governo Bolsonaro, determinou que este período de isolamento em decorrência da pandemia, seja descontado, ainda, do banco de horas, e que, se, mesmo queimando todos estes direitos, o período de afastamento for superior, será criado um banco de horas negativo, a ser compensado futuramente em horas extras”, denunciou.
A dirigente lembrou que a MP 927 não é impositiva. “O BB não é obrigado a impor este tipo de compensação. É o maior banco do país, teve um lucro de mais de R$ 18 bilhões ano passado, diga-se de passagem, resultado que tem que ser creditado aos funcionários que hoje estão sendo prejudicados por uma atitude descabida e desumana. A MP abriu esta possibilidade para empresas em dificuldade comprovada, o que não é o caso. O BB não é uma mercearia”, criticou. Lembrou que só outros dois grandes bancos, o Itaú e o Santander, estão fazendo o mesmo. “E ainda fazem publicidade dizendo que este é o momento de solidariedade e respeito”, acrescentou.
Denúncias de ocorrências de pressões ligadas à MP 927, no BB, devem ser feitas ao Sindicato. Basta enviar pelo whatsapp 97103-6729. Ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e pelo Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Covid-19 mata mais um funcionário do BB

O Sindicado se solidariza com familiares e amigos de Rodrigo Reis, caixa da agência. Méier do Banco do Brasil. O funcionário faleceu no sábado último, vítima da Covid-19. Estava afastado do trabalho, de férias, em regime de coabitação com pessoas do grupo de risco. Mesmo assim, contraiu a doença e estava internado, entubado há uma semana, e teve uma parada cardíaca. O Sindicato lamenta a perda de mais um funcionário do BB.

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