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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Esta sexta-feira (9/8) será um Dia Nacional de Luta Contra o Desmonte do Banco do Brasil e em defesa do papel social das instituições públicas para impedir o projeto de privatizações do governo Bolsonaro (PSL) cuja tendência é atingir todas as estatais e setores do serviço público, como a saúde e a Previdência Social. Haverá atos nas principais cidades e em Brasília. No Rio de Janeiro os funcionários vestirão roupa preta ou usarão fita desta cor.
A mobilização nacional foi aprovada no 30º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), dias 1º e 2 de agosto, em São Paulo. O desmonte vem sendo chamado pela diretoria do BB de ‘plano de reorganização’. Prevê a redução de 2.300 postos de trabalho, o rebaixamento de 333 agências para postos de atendimento (PA) e de 49 postos em agência, além da criação de 42 agências empresariais.
Lucro mostra que desmonte não é necessário
Mas não há motivos para se falar em desmonte, a não ser a preparação da privatização. Uma prova disto foi o anúncio do lucro do BB: de R$ 8,679 bilhões no primeiro semestre de 2019, crescimento de 38,5% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Apesar dos seguidos resultados expressivos, nos últimos doze meses, o BB reduziu 1.507 postos de trabalho, e chegou a 96.168 funcionários. Apenas nos últimos 3 meses reduziu 399 postos de trabalho. Além da redução de vagas, de junho de 2018 a junho de 2019 houve uma diminuição do número de agências. São 48 unidades a menos no período.
Redução do papel social
O rebaixamento de agências em PA terá entre outros impactos negativos, a extinção de 333 cargos de gerente-geral. Além, disto, 634 agências cairão de nível, reduzindo a remuneração do gerente-geral e a PLR dos demais funcionários.
O enxugamento da estrutura do BB será mais grave nas áreas meio, com a transferência de todos os escriturários para a rede de agências. Outra mudança de impacto negativo é a transformação da Gerência de Comércio Exterior em Escritório, gerando redução de pessoal. O banco anunciou, ainda, um plano de incentivo à demissão, apelidado de Plano de Adequação de Quadros (PAQ), com foco nos chamados “excedentes|” das dependências.
Ao mesmo tempo, vêm se multiplicando o número de agências digitais. Somada à redução em massa dos postos de trabalho, estas medidas irão restringir a função do BB de banco público, a sua atuação em diversos setores da economia, ajudando apenas no aumento da recessão aprofundada pela política econômica do governo Bolsonaro. A população perde com a queda da qualidade do atendimento e com a redução da atuação do BB como financiador do desenvolvimento do país. Perdem também os funcionários, com extinção de cargos, postos de trabalho e com o arrocho salarial.