Sexta, 03 Mai 2019 17:06

Sindicato protesta contra censura de Bolsonaro a publicidade do Banco do Brasil

A presidenta do Sindicato Adriana Nalesso (E) concede entrevista à imprensa, no ato dos funcionários do BB que repercutiu na opinião pública. O Sindicato condenou a censura do governo A presidenta do Sindicato Adriana Nalesso (E) concede entrevista à imprensa, no ato dos funcionários do BB que repercutiu na opinião pública. O Sindicato condenou a censura do governo

“Censurar uma campanha publicitaria que procurava atrair mais clientes, principalmente jovens, foi uma intromissão preconceituosa, indevida que discrimina um setor importante da sociedade e prejudica o Banco do Brasil”. A crítica foi feita por Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa do BB, durante o ato público promovido pela entidade, contra o cancelamento da campanha por novos clientes, ordenado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) em 24 de abril.

Diversos outros diretores e a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, participaram da manifestação. O vice-presidente da entidade, Paulo Matileti, lembrou que a atitude de Bolsonaro contraria a lei que garante autonomia às estatais e companhias de economia mista como o Banco do Brasil, que estão no alvo do presidente para a privatização. “Mas ele pouco se importa se isto prejudicar o BB”, afirmou. O ato foi feito ao lado de uma importante agência dos Correios, outra empresa pública, como o BB, a Caixa e a Petrobras sob ameaça da privatização.

O presidente do BB, Rubem Novaes, também foi criticado por ter concordado com a derrubada da peça publicitária. A ingerência de Bolsonaro levou à saída do diretor de Comunicação e Marketing do banco, Delano Valentim. “O marketing do banco estava correto, errado estão Bolsonaro e Novaes por não se importarem com o crescimento do BB e discriminarem parte da população”, argumentou Rita. 

Entenda o caso

propaganda retratava jovens negros e negras e celebrava a diversidade do país. Foi retirada do ar depois de uma interferência direta de Bolsonaro. A campanha começou a ser veiculada em 1º de abril. Incentivava a abertura de contas digitais pelo público jovem e trazia personagens com cabelos coloridos, uma mulher trans, dentre outros, tirando fotos postadas nas redes sociais.

Diversas personalidades, representantes de entidades ligadas ao jornalismo, à publicidade e à Cultura, condenaram a decisão de Bolsonaro. A Educafro, entidade que luta pela inclusão da população negra no ensino superior e no mercado de trabalho, pretende entrar com denúncia na ONU contra a retirada da propaganda.

O jornalista Leonardo Sakamoto, da organização não-governamental Repórter Brasil, destacou que a ação de Bolsonaro, além de ser "absurda e violenta" contra negros e LGBTs, representa uma interferência indevida do governo numa empresa de economia mista. Já a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) classificou o episódio de censura como "mais um absurdo" protagonizado pelo governo.

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