Segunda, 29 Abril 2019 19:47

Censura à propaganda do Banco do Brasil é suicídio corporativo

A recente censura à propaganda do Banco do Brasil demonstra além de preconceito explícito, uma opção clara do governo Bolsonaro em prejudicar a imagem da empresa. A denúncia é do diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo. 
“A censura é claramente ideológica pois ao se proibir a difusão de uma ideia alternativa se garante que somente a ideologia dominante seja reproduzida. A propaganda censurada tinha como público alvo os jovens em suas mais variadas manifestações e identidades, público que hoje não só é disputado pelo BB, mas também pelos grandes conglomerados privados e bancos virtuais. Ao censurar um anúncio para este público específico o governo sinaliza claramente que não tem interesse neste segmento, o que favorece claramente a concorrência”, explica o sindicalista. 
Azevedo lembra que a propaganda direcionada aos jovens é uma prática na empresa desde os anos 90. 
“Foram criados espaços específicos para os jovens, em shoppings, cartões específicos e diversas programações culturais voltadas para esse púbico. O próprio patrocínio ao vôlei brasileiro vem desse período, quando foi detectado uma tendência de preferência dos jovens por este esporte, superando, inclusive, o futebol. Dessa constatação que vêm inciativas como o “Circuito Banco do Brasil de Vôlei”. Este investimento rendeu ótimos resultados para a empresa e para o esporte brasileiro”, acrescenta Marcello. 
Obscurantismo 
Para o dirigente sindical, a imagem que ficou da instituição com a censura, não é a da juventude, mas a de uma empresa e de um governo “cinza, de espaços escuros, de um banco feito apenas para idosos, brancos e ricos”. 
O governo sinaliza que o novo, o diferente, o alternativo não tem vez. Sai a juventude e o futuro tão presente no Vôlei de Praia e entra em cena os corredores escuros, pesados e monocromáticos dos porões da ditadura e de ideias que poderiam tranquilamente estar num museu de atrocidades dos Século XX. “Mais uma vez, o governo Bolsonaro demonstra que vai fazer de tudo para favorecer a banca privada em detrimento dos bancos públicos. O Brasil de múltiplas cores, etnias e religiosidades e perspectivas não pode se tornar um país do cinza da penumbra e nem do obscurantismo da noite. O Banco é do Brasil, de todos e todas as opções e modos de viver. Não à Censura”, conclui Azevedo.

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