Sexta, 10 Outubro 2025 18:09

Desumano: gestão do Banco do Brasil suspende férias e salário substituto

Alexandre Batista: “No próximo domingo, dia 12, o BB completa 217 anos. E esse é o presente de aniversário que o seu funcionalismo ganha". Foto: Nando Neves. Alexandre Batista: “No próximo domingo, dia 12, o BB completa 217 anos. E esse é o presente de aniversário que o seu funcionalismo ganha". Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

“Estamos perplexos com o modus operandi do Banco do Brasil e vamos reunir todas as representações do movimento sindical bancário para defender o funcionalismo de mais essa medida descabida e desrespeitosa”. A afirmação foi feita pelo diretor da Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Alexandre Batista, numa referência à decisão imposta nesta sexta-feira (10/10) pela Diretoria de Varejo, de suspender por dois meses a efetivação do salário substituto, que corresponde ao valor da remuneração de um superior hierárquico que se afasta, por licença ou férias, por exemplo, pago a quem ficar responsável por suas funções. A medida vale para a rede de agências, PSO e caixas.

O banco ‘orientou’, ainda, que estes funcionários não tirem férias no mesmo período. A alegação foi a de fazer ajustes no balanço, e “controle e racionalização de despesas administrativas”, ou seja, conter gastos através de artifícios que vão mexer de forma desumana com o bolso e a vida dos funcionários.

“Ao que parece, a direção do Banco do Brasil está cumprindo à risca aquela máxima de que nada está tão ruim que não possa piorar. Exatamente uma semana após o fatídico anúncio da nova restruturação revestida do pomposo nome de Movimento de Aceleração Digital (MAD), anunciou hoje mais um pacote de maldades com a mesma conduta, de forma unilateral, impositiva, sem conversar com as representações sindicais”, criticou Alexandre Batista.

Punição a quem gera o lucro do BB – Batista comentou que ele e os demais dirigentes sindicais, nacionalmente, ainda não haviam digerido e estudado ações a serem tomadas em relação ao MAD, quando foram surpreendidos em mais uma sexta-feira nebulosa, com o anúncio, agora para o varejo, de determinações que irão sobrecarregar ainda mais esse segmento dos funcionalismo e que não resolverão a questão do balanço do banco, argumento utilizado para justificar mais esses ataques.

“A nova caixa de pandora vem com a proibição de acionamento de substituição temporária, o que impede que sejam remunerados os substitutos que cubram férias, abonos e licenças médicas.  Na prática, sabemos bem que as funções dos ausentes serão cobradas aos funcionários sem a devida remuneração, configurando desvio de função”, argumentou.

Alexandre Batista, acrescentou que esse ataque à remuneração daqueles que continuarão exercendo as funções em substituição aos ausentes e o cerceamento do descanso de férias, muitas vezes já programadas em família, é mais um dos absurdos impostos pelo banco ultimamente. “Enquanto os que se esforçam e adoecem na ponta – gerando os lucros do banco – sofrem os efeitos dessas determinações absurdas e veem cada vez mais as metas sendo aumentadas indiscriminadamente, outros poucos, no topo da pirâmide, são contemplados com prêmios e viagens. É o BB se utilizando, mais uma vez, da prática de Hobbin Hood às avessas”, criticou.

“No próximo domingo, dia 12, o BB completa 217 anos. E esse é o presente de aniversário que o seu funcionalismo ganha. Ao invés de parabéns e agradecimentos por fazer dessa instituição bicentenária motivo de orgulho e eficaz condutor de políticas públicas para o desenvolvimento da nação, os trabalhadores recebem seguidos ataques aos seus direitos e deterioração nas relações de trabalho”, lamentou Batista.

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