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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
Os funcionários do Banco do Brasil fazem nesta quinta-feira (16) um Dia Nacional de Luta com protestos em resposta ao descumprimento de compromissos assumidos pelo BB. O banco havia garantido que haveria novos cargos e que os caixas seriam realocados em nova função com manutenção de remuneração similar ou superior à da gratificação de caixa, mas a realidade tem se mostrado diferente.
Os funcionários podem participar do Dia Nacional de Luta também nas redes sociais. A orientação é usar a hashtag #BBrespeiteoscaixas.
Atualmente, caixas estão sendo comunicados de que perderão suas funções em 1º de fevereiro, gerando um clima de desespero. Muitos afirmam que não têm alternativas viáveis para realocação em outras agências, contrariando o que foi prometido pelo banco, que assegurou a permanência dos trabalhadores na mesma cidade. Em algumas, quando há mais de um caixa para uma única vaga, o gerente geral está sendo responsabilizado por decidir quem ficará no cargo, um processo que desrespeita o histórico sistema interno de ascensão e oportunidades do banco.
Quebra de compromisso – Rita Mota, diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) ressalta que o banco se comprometeu em mesa de negociação a criar novos cargos com valor de referência maior para resolver a situação dos caixas, sem perda de remuneração, garantindo vaga para todos, e isto não está sendo cumprido. “Pelo contrário, o que está sendo imposto, é uma reestruturação que está impactando severamente os funcionários”, denunciou a dirigente.
Acentuou que, na verdade, o que foi reivindicado na campanha salarial, ano passado, foi o fim do Performa, implantado em 2020, e que reduziu o valor de referência das funções, reduzindo as comissões futuras. “Isto achatou o salário. Há funcionários com a mesma função, mas com salários diferentes, por conta do Performa”, lembrou.
Acrescentou que por conta de uma liminar da Contraf-CUT se conseguiu manter a gratificação dos caixas, com mais de dez anos na função, e que o banco, então, ofereceu criar o novo cargo de assistente, com aumento do VR, para que pudesse contemplar a situação atual destes funcionários, o que valeria se houvesse vaga para todos os que quisessem migrar para esta nova função. “Aparentemente foi positivo, mas o que está sendo feito agora, não é isso. Há muitos funcionários reclamando de não ter oportunidade para os caixas, e o BB informa que vai pagar a gratificação até 31 de agosto, quando há uma decisão judicial que garante o pagamento da gratificação mensal para quem tinha mais de dez anos na função até 2017”, frisou.
Para o também diretor do Sindicato, Júlio Castro, é inaceitável esse desrespeito com os trabalhadores. “O banco enrola na mesa de negociação e vem com uma proposta insuficiente e excludente, causando insegurança aos funcionários. Vemos unidades perdendo dotação e criação de um assistente coringa, para suprir a falta dos caixas. Além de uma interpretação equivocada da decisão judicial sobre a incorporação da gratificação dos caixas com mais de dez anos em 2017. Não vamos aceitar esse descaso”, avisou.
Sobrecarga de responsabilidades – Além do descumprimento dos acordos, a vice-presidência de varejo do banco segue pressionando trabalhadores com metas abusivas em busca de lucros que desvirtuam o papel do Banco do Brasil como instituição pública. Agora, somam-se novas responsabilidades atribuídas aos gerentes gerais, que precisam decidir, muitas vezes de forma constrangedora, quem ficará com as poucas vagas disponíveis, enquanto os caixas ficam sem espaço para movimentação.
Outro ponto de insatisfação é o curso de reciclagem prometido aos caixas, que virou um pré-requisito para concorrer às vagas, sem que isso tivesse sido acordado previamente. Muitos trabalhadores que estavam de licença ou férias, ou mesmo os que têm alta demanda de trabalho, não conseguiram realizar o curso e, agora, estão sendo prejudicados.
Para o movimento sindical, a situação é inaceitável. O Dia Nacional de Luta será uma resposta enfática às práticas da gestão do banco, que tem se afastado do interesse público. A manutenção dos caixas é primordial para garantir à população o melhor atendimento. A mobilização busca reforçar a luta por condições de trabalho justas, cumprimento dos acordos e respeito aos trabalhadores.
*Com informações da Secretaria de Comunicação da Contraf-CUT.