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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Esta quinta-feira (29/8) foi um dia de negociações para a renovação do acordo específico dos empregados do Banco do Brasil que pouco avançaram. A primeira parte da rodada foi suspensa à tarde e retomada à noite.
Na primeira parte, a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) obteve importante conquista, com redução da jornada de trabalho para pais e responsáveis por dependentes com deficiência física ou mental. A cláusula garante redução de duas horas na jornada de trabalho para funcionários que cumprem oito horas diárias e de uma hora para aqueles com jornada de seis horas.
A negociação foi interrompida à tarde. Poucas horas depois, no início da noite, a CEBB e os representantes do banco voltaram a se reunir. Desta vez, o BB apresentou proposta de comitê de ética paritário, formado por dois eleitos pelos funcionários e dois indicados pelo banco, acatando reinvindicação da CEBB.
“Os comitês de ética têm importância no combate ao assédio. É um espaço para onde podem ser encaminhadas as denúncias de casos de assédio moral e sexual. Por isto é uma medida muito importante de ser definida no acordo, ajudando no combate a toda forma de assédio”, avaliou Rita Mota, representante da CEBB e diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro.
Fernanda Lopes, coordenadora da CEBB, disse que a proposta de um comitê de ética paritário é um passo fundamental, pois permite que os funcionários tenham voz ativa na definição de condutas e princípios éticos dentro do Banco do Brasil. “Ter uma representação eleita pelos próprios trabalhadores é fundamental para garantir transparência, justiça e equilíbrio nas decisões que afetam o cotidiano e as relações de trabalho”, disse.
Pautas econômicas – Rita Mota frisou que diversas outras questões importantes para o funcionalismo do banco ainda têm que ser definidas. Entre elas o fim do Performa, do limite de três salários da PLR, o encarreiramento dos caixas e o fim das práticas das metas abusivas.
“Esperamos ver atendidas estas demandas antigas e importantes para os funcionários. Há pessoas que se sentem desestimuladas a ascender funcionalmente, porque o Performa achatou o valor das funções, quando da progressão, o que acaba não compensando assumir um cargo acima, se levarmos em conta que o valor da função não paga o aumento de responsabilidade”, argumentou Rita.
Avalia que, por isto mesmo, o Performa é um programa que prejudica, tanto os funcionários, quanto o Banco do Brasil. “É preciso lembrar que este programa foi criado para cortar custos, enxugando a folha, quando o governo era outro e tinha o projeto de preparar o banco para ser privatizado”, lembrou. Acrescentou que é preciso, também, repor as perdas causadas pelo Performa e que não incidem só na remuneração.
“Indiretamente o programa levou a perdas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), das contribuições da Cassi (plano de saúde) e da Previ (fundo de previdência complementar) e, consequentemente, na aposentadoria futura”, frisou. Para a dirigente, as distorções geradas são muito grandes cabendo a nova gestão do BB corrigí-las rapidamente para que o próprio banco possa se dinamizar.
“O teto da PLR, com os lucros recordes, acaba por impedir que todos sejam valorizados, como seria o justo, mas, sobretudo, os que ganham menores salários. Outra questão é garantir os mesmos direitos à Cassi e Previ para os funcionários de bancos incorporados”, afirmou.
É fundamental, ainda, o fim das metas abusivas. “A gestão atual não pode se preocupar apenas com os resultados financeiros. As pessoas são permanentemente pressionadas a superar metas que não são nunca alcançadas. São constantemente ameaçadas de perda da comissão, e assim levados ao adoecimento psíquico. A meta é uma questão de saúde. Este modelo de gestão precisa mudar, porque não respeita as pessoas”, disse. Outra questão importante é a dos caixas que precisam ter a garantia de receber a função mensalmente e de ascender sem ser prejudicados.