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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Nesta quinta-feira (29/8) foi retomada a negociação dos itens do acordo específico do Banco do Brasil, em meio ao impasse da negociação geral entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) com vistas à assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), válida para os empregados de todos os bancos. Os acordos específicos serão acrescentados como aditivos à CCT.
Esta rodada específica do BB foi a nona negociação entre a Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) e os representantes do banco. Nela os representantes dos funcionários garantiram uma importante conquista, que foi a redução da jornada de trabalho para pais e responsáveis por dependentes com deficiência física ou mental.
A cláusula garante uma redução de duas horas na jornada de trabalho para funcionários que cumprem 8 horas diárias e de uma hora para quem tem jornada de seis horas. Este item é uma vitória importante e atende a uma reivindicação fundamental para quem possui filhos com deficiência.
Rita Mota, integrante da CEBB e diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, fez uma avaliação do encontro. “A rodada de hoje trouxe alguns avanços, mas questões importantes relativas ao Performa, PLR, metas, situação dos caixas, não tivemos ainda respostas. O banco argumentou que, para isto, precisa de definições da negociação na mesa única de negociação entre o Comando dos Bancários e a Fenaban”, disse.
“Estamos de plantão, aqui, em São Paulo. Temos a expectativa de que ocorra uma nova rodada com o BB ainda hoje, o que vai depender de um resultado da mesa geral. Estamos aqui desde terça-feira (27/8), tentando fechar as negociações, uma vez que a data-base da categoria bancária é 1º de setembro, sendo que os acordos específicos e a CCT têm validade até 31 de agosto, precisando ser renovados”, explicou Rita Mota.
Horas negativas: anistia parcial – Além da conquista da redução da jornada, o Banco do Brasil também apresentou medidas relacionadas ao banco de horas negativas acumuladas durante a pandemia de covid. A proposta final inclui a anistia das horas para diversos grupos: funcionários com 60 anos ou mais, funcionários afastados por licença saúde, pais de filhos com deficiência, e funcionários que faziam parte do grupo de risco da covid. Para os funcionários do grupo de risco, a anistia das horas dependerá de terem cumprido pelo menos 30% das horas até maio de 2025, quando se encerra o acordo relacionado à pandemia.
O banco ressaltou que as respostas das demais pautas dependerão das cláusulas econômicas a serem discutidas na mesa única de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Ao final da reunião, os representantes dos trabalhadores cobraram respostas adicionais sobre o programa de cargos e salários, o teto da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a possibilidade de ampliação desse valor, caso a eliminação do teto não seja possível. Também solicitaram um posicionamento sobre as metas exigidas, que impactam diretamente outros pontos em negociação, e uma solução para bancários oriundos de outros bancos incorporados, para que possam ingressar na Cassi e Previ, e definição para os caixas e centrais de atendimento.
Fenaban provoca impasse - A Fenaban continua resistente em mesa de negociação negando-se a dar os reajustes reivindicados pela categoria bancária. Na 11ª rodada, que aconteceu nesta quarta-feira (28), apresentou duas propostas de reajustes por faixas. A primeira dividia a categoria em cinco faixas, todas sem ganho real. Na segunda, a categoria foi dividida em quatro faixas: duas com baixíssimo ganho real e outras duas sem ganho real, conforme tabela abaixo. O comando rejeitou ambas as propostas.
A Fenaban também segue recusando aumento real nas demais verbas, que receberiam reajuste apenas pelo INPC, somente a partir de 1º de novembro, incluindo PLR, vales alimentação e refeição. A proposta foi recusada em mesa pelo Comando Nacional dos Bancários.
"A proposta é péssima, divide a categoria. Além disso, prejudica o pagamento da PLR, que seria antecipada apenas em novembro e também sem ganho real", destacou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Além disso, não trouxeram propostas de aumento maior nos vales, nem melhoria da PLR, além das outras reivindicações”, acrescentou.