Quarta, 07 Agosto 2024 21:23
CONECTADOS NA CAMPANHA

Movimento sindical cobra fim de modelo de metas paralelas que prejudicam a maioria do funcionalismo do BB

Na avaliação da CEBB, regras atuais de pontuação e avaliação beneficiam apenas executivos do alto escalão
Os sindicatos cobram mudanças no modelo de metas do Banco do Brasil, que está adoecendo os funcionários Os sindicatos cobram mudanças no modelo de metas do Banco do Brasil, que está adoecendo os funcionários Foto: Contraf-CUT

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

A CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil) participou na tarde desta quarta-feira (7), em São Paulo, da sexta mesa de negociação com representantes da direção do banco para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Na pauta, as metas, Gestão de Desempenho Pessoal (GDP), plano de cargos e remuneração, Performa, carreira de mérito, caixas, supervisores de atendimento e gerentes de serviço.

Os dirigentes sindicais começaram a reunião apresentando relatos de uma situação que tem ocorrido no ambiente de trabalho em todo o sistema financeiro: o aumento de metas. Uma das reivindicações apresentadas neste item é a transformação da mesa temática sobre cobrança de metas em uma mesa permanente com reuniões trimestrais. 

“Isso visa melhorar as condições de trabalho e minimizar o impacto do assédio moral associado ao cumprimento de metas”, explicou Fernanda Lopes, coordenadora da comissão.

Gestão de Desempenho 

Os dados apresentados pelo BB sobre a GDP (Gestão de Desempenho Pessoal) mostraram uma redução significativa nos casos insatisfatórios de desempenho de funcionários na avaliação do banco e nos descomissionamentos nos últimos três anos. De 2021 para 2022, os casos insatisfatórios reduziram 15,9% e os descomissionamentos 56,8%. Já no ano seguinte, os casos insatisfatórios caíram de 25,8% e os descomissionamentos 93,3%.

Mesmo com os números positivos, os representantes dos trabalhadores reivindicam três ciclos avaliatórios insatisfatórios consecutivos antes de ser aplicado o descomissionamento. 

Além disso, o sistema de GDP, na avaliação dos sindicatos, deve possibilitar a defesa do funcionário. 

O movimento sindical cobra ainda a exclusão de anotações negativas em caso de não cumprimento de todas as fases do ciclo avaliatório ou indícios de vício de origem.

Melhorias no PCR

A CEBB reivindica também que a carreira de mérito possa incrementar a remuneração dos comissionados, com as promoções com base em uma pontuação acumulada ao longo do tempo de serviço. As promoções também devem considerar o tempo de permanência em cargos no banco, com diferentes grupos de funcionários recebendo pontos diários para progressão na carreira. 

A diretora do Sindicato do Rio e representante da CEBB, Rita Mota, que participou da negociação na capital paulista, fez uma avaliação da questão do Performa e o adoecimento dos bancários causado pelo modelo paralelo de metas.

"A eliminação dos efeitos negativos do Performa 2020 é fundamental para a gente avançar nas negociações deste ano. Aa metas têm levado ao adoecimento psíquico de muitos trabalhadores. Ainda que se esforce ao máximo, o funcionário não consegue atingir os resultados definidos pelo banco. O bancário precisa ser valorizado e pontuado também por seu esforço e dedicação. Não pode continuar também a ter demandas paralelas de metas com o Conexão que desvirtuam o empenho dos funcionários para alcançar o objetivo do banco e isto favorece as distorções, como a premiação para os cargos mais altos que chegam a valores exorbitantes, com carros e viagens", disse Rita. 

"Não é possível que haja metas estabelecidas pelo Conexão em paralelo com metas relacionadas à seguridade, sempre favorecendo os altos executivos e em prejuízo para a maior parte do funcionalismo", acrescentou. 

Demais funções 

A preocuoação di movimento sindical é com relação aos prejuízos sofridos por funçoes como caixas, supervisores de atendimento e gerentes de serviço no atual modelo de metas. A reivindicação dos trabalhadores é que o exercício da função de caixa seja pontuado tanto para concorrências de ascensão profissional quanto para a carreira de mérito, desde o primeiro dia na função. 

Para a CEBB, a substituição de comissionados deve ser garantida a partir do primeiro dia de ausência do titular do cargo, assegurando ao substituto o mesmo salário do substituído.

"Essas metas paralelas premiam quem exerce altos cargos e prejudica os bancários que têm que se empenhar em metas que pontuam para a avaliação deles e estão relacionadas à manutenção da função e ao risco descomissionamento", concluiu a sindicalista do Rio. 

O BB garantiu que a situação está sendo avaliada e promete dar resposta a estas demandas até o fim das negociações da Campanha Nacional.

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