Quarta, 25 Outubro 2017 00:00

Diretoria do Banco do Brasil usa acordo da Basileia para cobrar metas

O Sindicato tem recebido dezenas de denúncias de que a diretoria do Banco do Brasil estaria pressionando os funcionários usando o argumento de que se as metas não forem atingidas aumentaria a possibilidade do BB ser privatizado por não cumprir as normas exigidas pelo acordo internacional de Basileia III, do qual o Brasil é signatário. A informação é inverídica, segundo estudo da Subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) do Sindicato, com base em dados do próprio banco.
O documento informa que “a situação é de certo conforto no BB, apesar da tentativa do governo - e da atual gestão do banco - em trabalhar com o inconsciente coletivo e gerar pânico e consequentes ameaças de privatização”. Analisando os dados do balanço do primeiro semestre de 2017, o estudo do Dieese, elaborado pelo economista Fernando Amorim, mostra que com relação ao nível de capital principal, Basileia III exige para o momento atual algo em torno de 5,75% e 7,0%, o Banco do Brasil estava com 9,18. No que se refere ao Nível I, o acordo exigia que os bancos estivessem com algo em entre 7,25% e 8,5%, o BB estava com cerca de 12,4%. Já o índice total, que no cronograma do acordo internacional deveria estar entre 10,5% e 11,75% em 2017, está atualmente em cerca de 18%. “Todos os parâmetros mostram, portanto, que há margem de conforto considerável, para o banco”, conclui.


Privatização é política de governo


O diretor da Contraf-CUT, Marcello Azevedo, lembra que, além dos argumentos da diretoria do BB serem mera chantagem, a questão do respeito a acordos internacionais é uma decisão de governo. Cita como exemplo que para atender os bancos e demais setores financiadores da reforma trabalhista o governo descumpriu todas as regras e normas internacionais. “Não dá para aceitar que a diretoria do BB queira jogar nas costas dos funcionários a responsabilidade da privatização. Se houver a tentativa de privatizar o banco a culpa será toda do governo e da diretoria que têm feito de tudo para preparar a privatização”, afirmou.

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