Quarta, 01 Novembro 2023 19:25

Funcionários consideram estratégico reforçar papel de banco público do BB

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

O site da Contraf-CUT publicou matéria sobre a reunião de segunda-feira (30/10) entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e representantes do BB que apresentaram o Plano Estratégico Corporativo da empresa, para o período 2024-2028. Segundo a reportagem a exposição contou com um balanço das mudanças recentes do sistema financeiro brasileiro e que impactam na posição do banco em relação às demais empresas do setor.

Se em 2016 cada pessoa (PF e PJ) tinha, em média, relacionamento com duas instituições financeiras, atualmente, cada pessoa tem, em média, com cinco instituições. Parte da explicação para isso estaria com a ampliação de novos agentes no sistema financeiro, que passaram a competir espaço com os bancos tradicionais, como as fintechs (empresas que fornecem serviços financeiros por meio do uso da tecnologia).

Mudanças

Diante desse cenário, no qual a digitalização permite maior eficiência e escalabilidade nos serviços bancários, o plano estratégico considera a continuidade nos investimentos em transformação digital e processos e, em relação aos trabalhadores da empresa, “desenvolvimento de liderança engajadora e o aprendizado contínuo de todos os funcionários”.

O representante da Federação dos Bancários no Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP) na CEBB, Getúlio Maciel, fez uma advertência. “Sim, o setor financeiro enfrenta mudanças decorrentes da digitalização e o Banco do Brasil está inserido neste cenário. Disso não temos dúvidas. Mas o que ressaltamos no encontro é que o BB é um banco público e, como tal, tem um papel estratégico no desenvolvimento do país, tem papel estratégico e social na democratização financeira e, portanto, deve manter estrutura para assegurar igual atendimento, tanto aos mais velhos, quanto aos mais jovens, tanto nas regiões urbanas, quanto nas rurais, tanto em cidades grandes, quanto em pequenas. Nos últimos anos, o BB perdeu espaço para cooperativas nas zonas agrícolas e isso aconteceu porque fechou unidades”, disse.

Metas

Um dado importante, apresentado logo no início da apresentação do banco, para ilustrar a proposta do plano estratégico 2024-2028, foi que metas que haviam sido estabelecidas para este ano, 2023, já tinham sido superadas no primeiro semestre.

“Nos preocupa, no âmbito da estratégia, a questão das metas por resultados. Na apresentação, o banco ressalta que o plano inclui ‘assegurar um ambiente de trabalho psicologicamente saudável’. Isso está ligado ao que nós, do movimento sindical, temos chamado a atenção como ‘adoecimento psicológico no trabalho’. Então, essa questão colocada no plano estratégico é positiva”, ressalta a representante da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) na CEBB, Priscila Aguirres. “Entretanto, no mesmo plano, o banco usa muito o termo ‘engajamento’ dos funcionários, dos gestores, o que nos remete a um cuidado de como isso será feito, sem que redunde na continuidade ou fortalecimento de uma gestão adoecedora, e que coloca em primeiro lugar as metas”, completou.

Na apresentação, o que chamou a atenção, segundo Rita Mota, do Sindicato do Rio e da CEBB, foi o tema relativo a pessoas e cultiura. "O banco quer que as pessoas sejam engajadas aos valores do BB, promotores da colaboração, respeito e inclusão. Um dos compromissos é assegurar um ambiente de trabalho psicologicamente saudável que, dentro da gestão de pessoas, é o item mais importante", afirmou. "Isto porque as pessoas têm adoecido na categoria bancária em prol de atingir os objetivos das instituições financeiras. Esse compromisso com um ambiente psicologicamente saudável, é o mais importante para os funcionários. O adoecimento mental, psíquico é o que tem afastado os colegas e isso impacta todo o processo produtivo, sendo fundamental para a sustentabilidade do BB que seus funcionários se mantenham saudáveis, que o ambiente possa assegurar a segurança. Essa é a chave para que todo o resto possa dar certo", argumentou. 

Adaptação

“O que o banco apresentou foi bem claro: que tudo está em mudança e que o funcionário precisa estar preparado para se requalificar. Esse foi o recado”, resume o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimento Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS) na CEBB, David Zaia.

Um dado importante, apresentado logo no início da apresentação do banco, para ilustrar a proposta do plano estratégico 2024-2028, foi que metas que haviam sido estabelecidas para este ano, 2023, já tinham sido superadas no primeiro semestre.

Os representantes do banco reconheceram que, na gestão anterior, ocorreram reduções de agências, principalmente em cidades pequenas, e redução de funcionários. Foi dito que a diminuição do quadro de pessoal e de estrutura não está no plano estratégico pensado para 2024-2028 e, ainda, que há expectativa de posse de 6 mil funcionários até 2025.

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