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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Imprensa SeebRio
Você assistiu àquele filme em que um superintende descumpre o programa de metas do banco em que trabalha e pressiona os funcionários a vender somente produtos de seguridade no seu aniversário? Não assistiu? Nem vai assistir, porque o fato teria acontecido de verdade no Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.
Para comemorar seu aniversário no final de agosto, o superintendente que comanda parte dos escritórios do prédio da Senador Dantas e as agências Estilo, teria ‘convidado’ todos os funcionários a participar da sua festa. Mas estabeleceu um preço: os gerentes dos Escritórios Exclusivo teriam que vender títulos de capitalização (Ourocap) até atingir a meta de R$ 30 mil cada; e os do segmento Estilo, R$ 60 mil. O convite mais caro do mundo.
Para ‘motivar’ os funcionários passava recados sistemáticos, através dos gerentes-gerais do tipo “Não esqueça de participar da festa”, “Não esqueça do presente”, “Você vai garantir seu ingresso para o aniversário, né?”, num assédio mal disfarçado que seria cômico não fosse trágico.
Júlio César, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro criticou. “Apesar de a presidenta (do banco, Tarciana Medeiros) falar que “há quebra diária de paradigma no BB”, essa realidade parece não chegar às superintendências. O exemplo disso é o superintendente que fez do mês de seu aniversário um verdadeiro show de horrores. Com uma cobrança desnecessária e, por vezes, ridícula do “ingresso” para sua festa”, afirmou.
O dirigente acrescentou: “A cobrança insistente do “ingresso da festa” de seus subordinados foi a tônica do mês de seu aniversário, telefonemas e mensagens sutis como “você não vai ao meu aniversário?” ou “você não vai ao aniversário dele?” fez parte do dia a dia dos gerentes em agosto”, confirmou.
Sem conexão com o Conexão
O episódio expõe a realidade de que o programa de metas do BB, o “Conexão” vem sendo ignorado por certos gestores. A venda de seguros – de vida, de residência, de automóveis, capitalização etc – é uma das metas a serem cumpridas, tendo sido as demais colocadas para escanteio, como aplicações, empréstimos, compra de dívidas entre tantas outras.
Pior do que isto, é que há informações dentro do banco de que este não se trata de um episódio isolado. Resta a pergunta: o que teria motivado os superintendentes a abrir mão dos outros itens do Conexão?
“Há tempos que os comissionados do BB vivem às voltas com um enigma: Qual Conexão seguir? O da sua carteira, o da dependência, o da Superintendência ou da Seguridade?”, questionou Julio Cesar.