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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
A dirigente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e da Comissão de Empresa (CEBB), Rita Mota, classificou como muito positiva a reunião com o Grupo Matricial da Diversidade, responsável pela implementação das ações para promoção da diversidade e igualdade de oportunidades dentro do Banco do Brasil. O encontro aconteceu na última segunda-feira (24/7).
“A diversidade é uma pauta antiga do movimento sindical, sobre a qual, finalmente, o banco se debruça, o que não acontecia nas gestões anteriores, sendo, portanto, um avanço tratar destes temas tão importantes. O banco está dedicando o seu olhar para a escuta ativa, para fazer levantamentos a fim de ter subsídios a fim de abarcar toda esta área de diversidade”, afirmou.
Disse que reconhecer o valor dos funcionários, independentemente da sua diversidade, é entender que todos tem potencial e podem contribuir positivamente dentro do BB, um banco tão importante para o país “Os funcionários precisam saber disto, e os gestores têm que ter formação para identificar essas potencialidades com o olhar desprovido de preconceito, focado nas competências, porque todos têm como contribuir”, afirmou. Para a dirigente, há uma urgência de que essa cultura seja disseminada e os gestores a coloquem em prática para que tenhamos um banco inclusivo.
Valorizar a diversidade
A coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes, acrescentou que o balanço do encontro é que houve avanço na pauta da diversidade, com as propostas que estão sendo colocadas em andamento pelo banco. “Acreditamos que a evolução desse tema no BB deve incentivar outras empresas e outros bancos a valorizar a questão da diversidade”, disse.
“Esse encontro também ressalta a importância de mantermos essa ponte entre o movimento sindical e o banco, até porque são os sindicatos que estão no dia a dia, acompanhando as demandas das funcionárias e funcionários e que foram responsáveis por criar a mesa por igualdade de oportunidades no campo das negociações com o banco”, completou.
O banco afirmou que está em andamento um estudo para diagnóstico da diversidade no BB, paralelo a um trabalho para infundir melhores práticas de respeito e relacionamento, plano de comunicação integrado e criação de programas específicos, “considerando a transversalidade do tema”, ou seja, as dificuldades comuns aos grupos que reivindicam igualdade de oportunidades dentro da empresa. Além disso, estão sendo realizados encontros sobre o tema diversidade em unidades de todo o país, não só nas capitais, com o objetivo de capacitar as lideranças sobre o respeito às diferenças e como não reproduzir a violência do preconceito.
Pioneirismo
Fernanda destacou que o BB foi pioneiro em alguns aspectos, como, por exemplo, a utilização do nome social para funcionários e funcionárias trans e, agora, diante da apresentação, vemos uma busca de protagonismo e aprimoramento das práticas de ‘Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I)’, o que a CEBB avalia como muito positivo. “Mas precisamos que isso alcance os gestores e as bases, para que o tratamento igualitário de mulheres, negros, pessoas com deficiência (PCDs) e LGBTQIA+ realmente aconteça dentro da empresa”, destacou.
O tamanho da discriminação
O BB tem hoje 42% de mulheres, 24,6% de negros e negras e 2% de PCDs, longe de representar o percentual da sociedade brasileira, que possui 51% de mulheres, 56% de negros e negras e 7% PCDs. “Quando olhamos os cargos gerenciais e de liderança dentro do banco, esse percentual é pior ainda”, ressaltou Fernanda.
Outro fator alarmante, colocado nas mesas de negociação pelo movimento sindical, por diversas vezes, é a grande diferença salarial entre os funcionários, dependendo do gênero e da cor. A remuneração média das mulheres bancárias é 22% inferior a dos homens bancários. Enquanto a remuneração média das mulheres pretas bancárias é 40,6% inferior ao dos homens brancos (em outras palavras elas recebem 59% do que os homens bancários recebem), conforme análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2021.
Escuta ativa
Escutas realizadas pelo banco com diversos grupos, incluindo BB Black, PCDs, autistas, neuro divergentes, LGBTQIA+ e mulheres, revelou que todos apontaram a questão do encarreiramento como um problema comum. Ou seja, todos os grupos afirmaram que sofrem resistência para ascender dentro do banco.
Os representantes das federações na CEBB trouxeram no encontro diversos casos de funcionários e funcionárias altamente capacitados, mas que tiveram o processo de encarreiramento prejudicado, seja por falta de equipamentos adequados, como no caso das pessoas com deficiência, seja por misoginia, racismo, homofobia ou capacitismo, por parte de lideranças que reproduziram preconceitos nas relações de trabalho.
“O movimento sindical bancário sempre destacou essa realidade nas mesas por igualdade de oportunidades. Temos que entender que o BB está presente num país de dimensão continental, que abriga diversas realidades, onde todo esse posicionamento público e de marketing, que o BB faz em favor da diversidade, precisa ser interiorizado e aplicado de fato dentro da empresa e em todas as regiões”, pontuou Fernanda Lopes.
Entenda melhor
– Escuta ativa dos grupos BB Black Power, PCDs, BB Azul, Autistas no BB, Neuro divergentes, LGBTQIA+, Liderança Feminina, Mulher na TI.
– Estudo do diagnóstico da diversidade no BB e melhores práticas.
– Plano de comunicação integrado.
– E criação de programa específico.
*Fonte: site da Contraf-CUT.