EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Um total absurdo aconteceu na segunda-feira (12). Após passar por uma troca de carpete no fim de semana, a agência Avenida Antônio Carlos do Banco do Brasil abriu normalmente para o atendimento, apesar do cheiro de cola e do lixo da obra – poeira, grandes pedaços de carpete amontoados e espalhados pelos seus três andares, além de uma lata de cola, encontrada próximo a um aparelho elétrico.
Dirigente passa mal
Duas diretoras do Sindicato, Rita Mota e Luciana Vieira, e o diretor Júlio César, foram até o local conversar com a gerente. Rita Mota passou mal, sentindo fortes dores de cabeça, ainda na agência e, também enjoo, logo após sair da unidade, até vomitar. Teve que ser levada ao posto da Cassi, no Passeio, onde foi medicada e colocada no soro na área de repouso.
“A cada reparo feito numa agência, a área responsável tem que ser acionada para verificar se no ambiente há condições mínimas de trabalho e que a saúde dos funcionários não está exposta a riscos. Isso, não foi feito. Fomos ao local e vimos ser evidente que a agência não tinha como funcionar”, avaliou Rita Mota, na terça-feira (13), de sua residência, em contato por telefone com a reportagem da Secretaria de Imprensa do Sindicato.
‘Tudo bem’
Os diretores do Sindicato chegaram ao local por volta do meio-dia de segunda-feira para conversar com a gerente, entrando, também, em contato telefônico com a Gerência de Pessoas (Gepes) do BB, que mandou para o local duas técnicas do Sesmt (Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho). Mas apenas após as 14 horas, a gestora fechou a agência para o público.
Rita contou que na conversa com os dirigentes do Sindicato, a gerente disse ter achado que, ao abrir as janelas do segundo andar, tinha ficado ‘tudo bem’, sem o cheiro forte da cola. Mas o produto continuava exalando. Mesmo que assim não fosse, a química permanecia no ar. Além disto, a agência tem mais dois andares sem janelas, o térreo e o subsolo, sendo que, neste último, ficam os funcionários nos caixas. A gestora acrescentou, ainda, que nenhum funcionário “era obrigado a permanecer ali”.
A dirigente avaliou que a realização do expediente mesmo nestas condições insalubres pode estar ligada à pressão das metas. “Há um clima de medo no BB em função da exigência de que sejam atingidas as metas a qualquer preço. Talvez esta situação tenha levado as pessoas a não interromperem o trabalho pela pressão contínua das metas que são obrigadas a cumprir”, argumentou.
Denúncia à Gepes
O Sindicato vai fazer uma solicitação formal à Gestão de Pessoas (Gepes) do Banco do Brasil para que tome uma posição de modo a garantir que agências como a da Avenida Antônio Carlos deixem de abrir enquanto não tiverem as condições de segurança e saúde básicas para o seu funcionamento.
Sindicato faz nova vistoria no local
Luciana Vieira e o diretor José Henrique estiveram na quarta-feira (14) na mesma agência, constatando que as condições ainda eram insalubres. “A agência não foi limpa, havendo muita poeira sobre os móveis, carpetes continuavam empilhados e espalhados pelos andares, o aparelho de ar-condicionado estava desregulado, com temperatura que desrespeitava a Norma Regulamentadora 17 (NR-17). Não tinha condições de funcionar”, contou Luciana.
Além disto foi constatado que a reforma continuava e que o carpete estava descolado em vários lugares. A dirigente disse ainda que os operários da empresa responsável pela reforma estavam sem equipamento de proteção individual (EPI), o que é exigido por lei. Luciana e José Henrique adiantaram que parece não haver hoje no BB, um órgão responsável por determinar se uma agência pode, ou não funcionar.
“Este papel deveria ser exercido pelo Serviço Especializado em Segurança e Medicina no Trabalho (Sesmt), que, com a extinção da Vice-Presidência de Pessoas, perdeu um pouco esta prerrogativa”, disse a dirigente. Por este motivo, o Sindicato enviou ofício à Gepes, solicitando providências no sentido de preencher esta lacuna para que o BB evite que casos como o da Antônio Carlos se repitam.
"Se uma obra ou reforma, por menor que seja, for feita na agência, deve haver um setor responsável para liberação da unidade para abertura e orientação ao gestor, eliminando assim a exposição de funcionários e clientes a riscos desnecessários à sua saúde", afirmou Luciana.