EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Imprensa SeebRio
Causou indignação e perplexidade a decisão do juiz substituto da 1ª Vara Cível do Distrito Federal, Marcelo Gentil Monteiro, que atendeu a pedido de um deputado estadual de São Paulo para afastar do cargo o presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), João Fukunaga. Diversas entidades nacionais divulgaram notas repudiando a liminar.
Frisaram tratar-se de uma postura equivocada que fere decisões de todas as instâncias que habilitaram Fukunaga a ocupar o cargo. Entre elas citam o Conselho Deliberativo do Banco do Brasil e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), entidade pública responsável por gerenciar as operadoras de previdência privada no país. O juiz, no entanto, ignorou todo este trâmite entendendo que os documentos apresentados por Fukunaga não comprovaram sua experiência para assumir o cargo.
Rita Mota, dirigente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, disse que foram atendidas todas as exigências para ocupar a Presidência do fundo de pensão e que talvez a decisão judicial tenha sido tomada por falta de conhecimento específico. Classificou ainda a ação do parlamentar como de cunho político, atendendo a outros interesses que não os dos associados.
O XXIV Congresso Nacional de Participantes de Fundos de Pensão, organizado pela Associação Nacional dos Fundos de Pensão (Anapar), realizado em São Paulo, aprovou, nesta sexta-feira (26/5), moção repudiando a decisão judicial. Também a Associação Nacional dos Funcionários do BB (Anabb), emitiu nota de repúdio, na qual avalia que a liminar resultou da falta de conhecimento pleno do magistrado sobre o tema, estando pautada pelo interesse político do deputado postulante.
Os dirigentes eleitos da Previ manifestaram sua preocupação com a interferência judicial na governança da entidade. “A escolha do presidente da Previ pelo Banco do Brasil e a concessão do seu Atestado de Habilitação pela Previc, órgão público competente para esse ato administrativo, observaram as normas atuais e as melhores práticas do setor de previdência complementar”, afirmam em nota pública. Em moção de repúdio a Contraf-CUT afirmou que a determinação pelo afastamento do dirigente é absolutamente política, sem base técnica alguma.
Quem é
João Luiz Fukunaga é funcionário do BB e associado do Previ Futuro desde 2008. Formado em História e com mestrado em História Social pela PUC-SP, João iniciou sua carreira como professor do Ensino Médio e também atuou como pesquisador, tendo realizado diversas produções acadêmicas na área da educação.
Em 2012 João assumiu a direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, foi responsável pelas secretarias Jurídica e de Organização da entidade de São Paulo e coordenador nacional da Comissão de Negociação dos Funcionários do BB. Nesse período acumulou experiência nas principais funções de gestão da Entidade.
Em janeiro de 2022, foi escolhido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), entidade que reúne os maiores sindicatos do País, para o cargo de Auditor Sindical, atuando nas negociações entre funcionários e a direção do Banco.