Quarta, 23 Novembro 2022 11:42
RETALIAÇÃO CRIMINOSA?

Após derrota eleitoral, Bolsonaro corta verba de água potável do Nordeste

Decisão prejudica cerca de 1,6 milhões de pessoas da região semiárida. Por ser um dos principais redutos eleitorais que deu a vitória a Lula, há quem acuse a decisão de represália política
DESUMANIDADE - Milhões de nordestinos são prejudicados pelo corte de verba feito pelo governo Bolsonaro e sofrem com a falta de água potável DESUMANIDADE - Milhões de nordestinos são prejudicados pelo corte de verba feito pelo governo Bolsonaro e sofrem com a falta de água potável Foto: Divulgação

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Governo Bolsonaro cortou a verba destinada ao fornecimento de água potável para 1,6 milhão no Nordeste, números oficiais de planilhas do Exército que coordena a operação Carro-Pipa, do governo federal, que há mais de 20 anos leva água potável às famílias no semiárido nordestino. Os recursos foram cortados neste mês, levando os caminhões a pararem o fornecimento do produto aos moradores do interior no Nordeste. A região é um dos principais redutos eleitorais que deram a vitória a Lula nas eleições deste ano, o que  tem levado muito gente a denunciar a retaliação criminosa por parte do atual governo. A suspensão da verba ocorre justamente na época mais seca, segundo denunciam os moradores.

O drama das famílias

Em entrevista ao site Uol, Orlando Vieira da Silva, 54, que vive no sítio Boa Esperança, em Ouricuri (PE), fez um apelo ao governo Bolsonaro.

“Eu queria que o apelo chegasse ao governo e que eles vissem isso. A situação aqui está triste, as mães de família estão precisando de água, e nós não sabemos o que fazer. Eu queria que a pessoa que fosse responsável pela operação tomasse logo uma decisão. Ele não vai deixar o povo com sede”, disse o morador.

Segundo a matéria, só em Pernambuco são 529 mil moradores de 105 cidades que são atendidos pela distribuição de água da operação. Em Ouricuri são 19 mil pessoas atendidas, o maior número de beneficiários do estado. O casal Adinézio Teotônio Soares, 70, e Marlene Luiz Soares, 68, que mora no povoado em Poço das Trincheiras (AL), povoado de Quandu, também estão sem água.

 

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