Sexta, 23 Setembro 2022 13:08
PODE SER DIFERENTE

Bancos extinguem 5,8 mil agências em sete anos

Medida gera demissões em massa, sobrecarga nas unidades que permanecem atendendo e prejuízo para os pobres e pequenos municípios
Mais agências bancárias ajudam na inclusão dos mais pobres ao consumo e ajudam no desenvolvimento dos municípios menores. Lula quer retomar a bancarização através da maior presença dos bancos públicos Mais agências bancárias ajudam na inclusão dos mais pobres ao consumo e ajudam no desenvolvimento dos municípios menores. Lula quer retomar a bancarização através da maior presença dos bancos públicos

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Brasil vive um processo acelerado de extinção de agências bancárias físicas. Em sete anos, os bancos extinguiram 5,8 mil unidades. As instituições financeiras ampliam as plataformas digitais e as unidades físicas são eliminadas ou transformadas em “lojas de negócios”. O dado mais recente do Banco Central mostra que atualmente existem 17.348 agências bancárias no país, uma queda de 25,1% desde o pico atingido em 2015, no governo Dilma Rousseff, com  23.154 unidades. De lá para cá, o número de unidades físicas vêm caindo drasticamente. Por outro lado, cresce o número das chamadas cooperativas e fintechs. O que parece ser para facilitar a vida dos consumidores, através da digitalização, tem como objetivo reduzir custos e elevar ainda mais os lucros dos bancos.

“Nosso país vive um processo de redução das agências e quem mais sofre com isso, além dos bancários e bancárias, que perdem seus empregos, são os mais pobres, que sofrem com a piora no atendimento e a superlotação nas agências que restaram para o atendimento. Os funcionários que trabalham nas unidades para atender a população acabam sobrecarregados pela concentração do atendimento”, explica o diretor da Secretaria de Bancos Privados do Sindicato dos Bancários do Rio, Geraldo Ferraz.

Como era no governo Lula

O ex-presidente Lula, líder em todas as pesquisas de opinião com credibilidade, como Ipec e Data Folha, lembra que, em seu governo, o Brasil passou por seu maior processo de “bancarização” da história, com a inclusão de 70 milhões de pessoas ao sistema bancário.

A extinção de agências prejudica também os municípios mais pobres, pois a falta de bancos nas cidades traz dificuldades para o desenvolvimento local, papel que precisa voltar a ser desempenhado pelas instituições públicas, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

“Eu sou a pessoa que os banqueiros menos gostam, mas vocês sabem que nos meus governos e nos da Dilma quantas pessoas nós colocamos no sistema financeiro, gente pobre: 70 milhões de pessoas. Significa que no governo do PT colocamos uma Argentina e uma Colômbia dentro do sistema financeiro. Essa gente deveria vir de joelho conversar com a gente, parar de ser arrogante, parar de achar que são gênios, que sabem mais do que os outros”, disse Lula, que considera um desafio, ante o avanço das novas tecnologias, garantir à população e aos municípios mais pobres, a presença de agências dos bancos públicos. O petista promete a reconstrução do país, a recuperação econômica e social e, na avaliação de Lula, essa retomada passa pelas políticas públicas e pela bancarização no país.

“É o governo federal que direciona o sistema financeiro, através dos bancos públicos, para a responsabilidade social e o presidente Lula fez isso e esperamos que volte a incluir as pessoas mais pobres à bancarização. Ganham os bancários e bancárias e a sociedade”, disse a vice-presidenta do Sindicato do Rio Kátia Branco.

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