Terça, 30 Novembro 2021 16:21

Santander ataca bancários com terceirizações fraudulentas e enfrenta paralisações e protestos

Rio parou prédios e agências do Centro da Cidade Rio parou prédios e agências do Centro da Cidade

Olyntho Contente*

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Apesar de ter lucrado mais de R$ 12,467 bilhões no Brasil nos nove primeiros meses de 2021, o banco espanhol Santander vem fazendo a farra da ganância no nosso país, demitindo a rodo, desrespeitando decisões judiciais e substituindo bancárias e bancários por trabalhadores de empresas terceirizadas, com menores salários e menos direitos. Contra esta prática selvagem e injustificada, sindicatos da categoria promoveram paralisações e manifestações em agências das principais cidades do país, nesta terça-feira (30/11).

No Rio de Janeiro, houve paralisação em prédios e agências do Centro da Cidade. Em São Paulo, o sindicato da categoria paralisou o prédio da “Geração Digital”, onde foram alocados os trabalhadores da F1rst, que atuam na área de tecnologia da informação. Também ocorreram manifestações em Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Belém, João Pessoa, Maceió, Recife e nas demais capitais e principais cidades do país.

Em vídeo a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, ressaltou que o Dia Nacional de Luta é realizado devido às terceirizações realizadas pelo Santander de forma fraudulenta. “O banco pega os trabalhadores de áreas com TI e outras áreas importantes e os realoca em empresas que tem outra representação sindical, tirando deles o direito à Convenção Coletiva de Trabalho, do ticket refeição e alimentação, toda proteção que tem na convenção coletiva, PLR na convenção coletiva e, mais importante, tirando deles a representação do sindicato dos bancários, que são fortes e organizados no Comando Nacional dos Bancários, articulados para defender a categoria em todo o país”, disse (veja, clicando aqui, o vídeo na íntegra)

Apesar de obter lucros astronômicos e sempre crescentes no Brasil, mesmo em período de pandemia, o Santander não reduz seu ímpeto na cobrança de metas e redução de direitos e remuneração dos trabalhadores, na busca de aumentar ainda mais seus lucros. A prática atual é a criação de empresas para realocar seus funcionários das áreas de tecnologia da informação, call center e comercial.

“A gestão é do Santander, o lucro é do Santander, as empresas pertencem ao Santander, mas os trabalhadores não têm os mesmos direitos e salários que os bancários”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. “O banco ignora o desejo desses trabalhadores, que querem permanecer como bancários e ignora o pedido de negociação do movimento sindical. Queremos negociar e resolver esse conflito. Caso o banco permaneça inerte os protestos vão aumentar!”, completou Lucimara antes de pedir: “Negocia Santander!”

A COE encaminhou ofício ao Santander expondo a situação e, mais uma vez, solicitando negociação. O banco protela a resposta.

Empresas são do próprio banco

“Com a criação de empresas e a realocação de bancários para trabalhar nestas empresas o Santander promove uma clara interferência na organização sindical dos trabalhadores”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia ao destacar que a categoria bancária é organizada nacionalmente e, por isso, tem força para lutar pelos direitos e por novas reivindicações dos trabalhadores. “O banco busca enfraquecer a organização dos trabalhadores. E, com a realocação dos bancários nestas empresas, aumenta ainda mais seus lucros e o poder de negociação dos trabalhadores, que perdem em organização, representação e força”, completou o dirigente da Contraf-CUT.

*Com informações da Contraf-CUT

 

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